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Pai cai no choro ao ouvir voz das filhas pela 1ª vez após implante auditivo

Maria Júlia Marques

Do VivaBem, em São Paulo

22/11/2017 19h53

Você pode imaginar qual o sentimento de ouvir a voz da sua filha pela primeira vez? Eduardo Favaro era surdo e não segurou a emoção ao escutar as vozes de sua família pela primeira vez após uma delicada cirurgia. O vídeo emocionante viralizou nas redes sociais. 

O professor de educação física de 35 anos ficou surdo quanto tinha apenas um ano de idade em virtude de uma meningite. De acordo com seu médico, Fayez Bahmad, do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia, Eduardo sofria de surdez profunda bilateral, um quadro que o deixou ouvindo pouquíssimo em ambas as orelhas.

"Enquanto fui crescendo surgia a vontade de ouvir, como na minha família não havia nenhum surdo, eu queria ouvir como eles. Mesmo depois de várias tentativas tendo a resposta de que não teria chance no meu caso, eu não perdi a esperança", conta o professor.

Como é a operação?

Eduardo desenvolveu muito bem a fala desde criança, fez muito tempo de fonoterapia para falar perfeitamente e entendia as pessoas por leitura labial. Esse treino foi importante para preservar sua linguagem, estimulando o nervo auditivo e o cérebro, e facilitando na implantação da tecnologia.

A operação consiste em fazer um corte atrás da orelha e inserir um pequeno dispositivo eletrônico que consegue captar, processar e enviar os sons diretamente para o cérebro. Esses aparelhos são inseridos dentro da cóclea, uma estrutura do ouvido, e Eduardo não pode fazer a operação antes por ter a região parcialmente ossificada, o que dificultou o processo.

Apesar do obstáculo, a cirurgia foi um sucesso. Saindo do centro cirúrgico ele ainda não podia escutar. São necessários 30 dias para garantir a cicatrização adequada e só depois os dispositivos são acionados e testados – o momento documentado no vídeo.

Realização de um sonho

Para testar o aparelho a família inteira quis estar presente: a mãe, mulher, as duas filhas e os três irmãos foram acompanhar.

Após constatar que os aparelhos estavam funcionando bem, a enfermeira chamou a mãe de Eduardo para falar com ele pela primeira vez. “Assim como um bebê que acabou de nascer costuma ouvir primeiro sua mãe, ele também. Foi lindo”, diz Fabrícia, mulher do professor.

Eduardo ouviu a voz das filhas, da mulher e dos irmãos e chorou. No mesmo dia, ficou comovido ao escutar pela primeira vez uma música, a escolha foi o som instrumental de Ave Maria, enviado por uma de suas alunas. Mas sabe com o que ele mais se animou? A gargalhada das filhas.

Por enquanto, como não está acostumado a ouvir sons, ele não consegue compreender a fala, ainda usa recursos da leitura labial, mas está começando a interpretar os barulhos. “Se eu mexo em um vidro ele assusta e mostro de onde está vindo o som para ele associar. Ele distingue se é um homem ou mulher pelos tons, mesmo sem assimilar e compreender as palavras”, explica Fabrícia.

Ainda serão necessários dois anos para a completa adaptação de Eduardo, mas ele está animado e confiante no processo. “É maravilhoso para ele, vai aproveitar ainda melhor esse mundo. Além de ser bom para as filhas que vão melhorar a comunicação. É um sonho realizado, ele está doido para poder ir para um show e descobrir como é”, diz Fabrícia.

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