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Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Esporte e alimentação saudável fazem com que os 60 anos sejam os novos 40

Carolina Abreu, 69, sai todo dia pela manhã para fazer compras para seu restaurante - Carine Wallauer/UOL
Carolina Abreu, 69, sai todo dia pela manhã para fazer compras para seu restaurante Imagem: Carine Wallauer/UOL

Alexandre Sinato

Colaboração para o UOL

16/11/2017 04h20

Carolina Abreu tem 69 anos e todo dia, às 7h, já está fazendo compras. E não são compras para casa ou um passeio na feira. Do mercado de atacado, ela segue para a avenida Faria Lima, um dos maiores centros comerciais de São Paulo, e começa a preparar o almoço para seus clientes. Afinal, há oito anos, Carolina decidiu se tornar empreendedora. Hoje, gera empregos e cuida de um restaurante de comida saudável.

“Quando deixei de ser secretária, aos 54, nem cogitei ficar em casa. Comecei a pensar no que eu gostaria de fazer, o que me daria prazer, e decidi abrir o restaurante, pois gosto de cozinhar e de lidar com pessoas. Levei oito meses para achar o espaço e montar tudo. Hoje trabalho muito feliz, porque gosto do que faço”, conta ela.

Carolina é só mais um exemplo de quem prefere se manter ativo. Reflexo da revolução da longevidade que vivemos atualmente. Se em 1950 a expectativa de vida no Brasil era de 48 anos, hoje ela já supera os 75. E segue aumentando.

Os 60 anos são os novos 40

A nova máxima se confirma a cada dia. Se antes o caminho natural ou o objetivo de vida era descansar ao se tornar sexagenário, hoje sobram disposição e saúde para tocar em frente. “Eu me aposentei em dezembro de 2015 [aos 66 anos] e em janeiro de 2016 já estava trabalhando em outra empresa. Acho que o trabalho é importante para o ser humano e te mantém ativo e útil”, relata Clayton Rocha, de 68 anos.

“Hoje minha vida é 65% do tempo viajando, pois sou responsável comercial na América Latina. Embora seja cansativo, é um prazer estar em lugares diferentes, conhecer gente e ter amigos em todas as partes do mundo”, complementa.

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Esporte e longevidade

O esporte, inclusive, é um dos fatores que contribuem para quem quer chegar aos 60 anos esbanjando saúde. Clayton, por exemplo, jogou futebol até os 35 anos, quando participou de uma corrida e passou a dividir as paixões. Aos poucos, migrou só para a corrida. Resultado: percorreu o mundo para fazer 32 maratonas.

Às vezes as pessoas me olham como um idoso, mas é quando me sinto ainda mais feliz, pois sou um idoso com cabeça de jovem e muita vontade de viver. Toda manhã começo o dia feliz, agradecendo por ter saúde e energia. Tenho muito o que fazer ainda.
Clayton Rocha, 68 anos

O contador Norberto, de 71 anos, é um caso parecido. Corre desde a década de 1970, disputou maratonas e mantém o esporte até hoje em sua rotina. “Joguei futebol até os 55 anos e corria todos os dias. Hoje corre três vezes por semana, faço musculação e pedalo entre 50 e 60 quilômetros aos domingos”, resume.

Norberto Bertoncini - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Norberto Bertoncini corre três vezes por semana
Imagem: Carine Wallauer/UOL


Ele também já se aposentou, mas seguiu trabalhando normalmente como contador. E ainda acrescentou alguns afazeres ao seu dia a dia. “Costumo ajudar meus filhos levando os netos na escola, na natação e em outros lugares. Não sei se estou melhor agora do que aos 40, mas me sinto muito bem. Sou bem ativo e devo tudo isso ao esporte que pratiquei a vida toda. Sou muito feliz hoje”.

Alimentação saudável

Clayton segue a mesma linha e não abre mão do vinho diário. “Como de tudo um pouco, mas evito frituras e gordura e cortei refrigerante há alguns anos. Tomo vinho quase todos os dias, só no jantar. Também eliminei o açúcar e só como em algumas oportunidades. E nunca fumei”.

A decisão por uma alimentação mais regrada afetou (positivamente) até o negócio de Carolina Abreu. Se o restaurante abriu há oito anos vendendo comida típica brasileira, neste semestre o estabelecimento reformulou seu cardápio e agora se especializou em comida saudável.

“Como sempre tenho que experimentar as comidas, até eu já estou sentindo os efeitos no meu corpo. Percebi que eu não precisava comer tanta bobagem, está sendo uma experiência muito boa. E os clientes agradecem, dizendo que vou ajudá-los a ter mais saúde também”.

Nos três casos, o que importa para eles é se sentir feliz diariamente. Trabalhando, cuidando dos netos ou fazendo esporte, a satisfação é o ingrediente que não falta nunca na “fórmula mágica” de Carolina, Clayton e Norberto.