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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


De 130 quilos a modelo: "Diziam que eu iria morrer gordo"

Guilherme Resende Almeida, 21 anos - Divulgação
Guilherme Resende Almeida, 21 anos Imagem: Divulgação

Marina Oliveira

Colaboração para o UOL

16/02/2017 04h08

Desde quando era criança, Guilherme Resende Almeida, 21 anos, era gordinho. Na adolescência, a questão foi se agravando e chegou a pesar 130 kg. Até que, aos 16 anos e depois de sofrer muito bullying, decidiu que iria emagrecer. Hoje, após perder quase 60 kg, o garoto trabalha como modelo. Em depoimento ao UOL, ele conta como foi a sua trajetória. Leia abaixo:

Eu comia muito

Sempre fui uma criança acima do peso mas, ao entrar na adolescência, passei a engordar cada vez mais. Cheguei a pesar 130 kg. Por conta disso, sofria bullying: ouvia dos meninos do colégio que “quem nasce gordo morre gordo”. E eu realmente comia muito. Por ser ansioso, comia tão rápido que não percebia a quantidade.

Guilherme Resende Almeida na adolescência - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Guilherme durante a adolescência
Imagem: Arquivo Pessoal
Foi um dia qualquer que eu acordei e quis mudar de comportamento. Era época de férias, todos os meus amigos iam para a piscina do clube e eu não, porque não queria mostrar o meu corpo. Passei, então, a fazer dietas radicais: uma que só comia abacate, outra só de proteína, outra detox. Fiz uma dieta só de suco, mas acabei no hospital com fraqueza e tontura.

Nesse período, minhas unhas eram brancas demais, meu cabelo não crescia e eu não tinha forças para fazer exercício físico. Faltavam nutrientes na alimentação. Foi, então, que, aos 16 anos, fui atrás de um jeito saudável de emagrecer. Passei a me alimentar melhor, com orientação de nutricionista e a praticar exercício físico quatro vezes na semana.


Eu também criei estratégias para burlar tentações. Por exemplo, eu me alimentava antes de ir para as festas e sempre levava uma barra de proteína, caso tivesse vontade de comer algo. Incluí na minha dieta gorduras boas, como castanhas, além de legumes, verduras, carnes magras, frutas com baixo índice glicêmico e arroz integral. Passei a fazer versões saudáveis de coisas que eu gostava: coxinha de batata-doce, cookies de maçã e aveia e sorvete só com fruta congelada, por exemplo. Também bebo cerca de quatro litros de água por dia, o que ajuda na saciedade.

Felicidade não está mais relacionada à alimentação

Em oito meses, emagreci 58 quilos. Hoje, eu só como alimentos saudáveis e passo mal ao ingerir pratos gordurosos ou com muito açúcar. Tem muita gente que fala: ‘Você só come isso? Mas não dá para ser feliz assim’. Só que, para mim, a felicidade não está mais relacionada à quantidade ou o tipo de comida que eu consumo e sim com a possibilidade de me olhar no espelho e gostar da imagem que eu vejo.

Quando eu comecei a gostar de mim, eu passei a ter mais amigos. E também mais relacionamentos amorosos. Na época em que eu era gordo, era muito difícil eu me envolver, eu via todo os meus amigos beijando e não ficava com ninguém. Então, ao emagrecer, tive uma fase meio vingativa: eu dei o fora em quem me dispensou no passado.

E também já tive uma fase meio chata, de pegar no pé de amigos e também de pretendentes por causa da alimentação. Teve até uma época em que eu não queria sair com quem bebia refrigerante. Hoje em dia, sou bem mais tranquilo com isso. De qualquer jeito, quem estiver comigo tem que saber que eu posso até não criticar o que a pessoa come, mas não serei jamais uma companhia para um fast-food ou para um cinema com pipoca.