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Produção de slime conquista crianças. Mas há riscos?

Organizações de defesa do consumidor já demonstraram preocupação com a fabricação artesanal de slime - YouTube
Organizações de defesa do consumidor já demonstraram preocupação com a fabricação artesanal de slime Imagem: YouTube

Isabela Palhares

São Paulo

24/05/2019 08h36

Brincar com uma massinha feita em casa parece algo bastante inofensivo para os pais, mas até mesmo o slime - uma espécie de massa de modelar que antes era chamada de amoeba ou geleca - pode trazer riscos à saúde das crianças. Conforme a brincadeira se popularizou e novas receitas surgiram, mais relatos de pais apareceram sobre os riscos de infecção, contaminação e até mesmo queimaduras na pele.

Segundo especialistas, exatamente pelo fato de o slime ser feito em casa é que demanda vigilância. As receitas mais populares levam ácido bórico (bórax), apontado pelos médicos como responsável por queimaduras, alergias e infecções.

No entanto, os médicos explicam que, apesar dos cuidados e da necessidade de supervisão, algumas crianças podem não apresentar nenhum sintoma. É o caso de Laura Bruscato, de 11 anos, que desde os 9 brinca e produz slimes quase que diariamente. Ela nunca teve nenhuma reação negativa.

"Como ela mesma faz, a única recomendação é para que use pouco bórax. Mas ela brinca o tempo todo e nunca apresentou nenhuma reação", conta a mãe, Mia Bruscato, de 43 anos. O filho mais novo, de 3, também brinca com as massinhas feitas pela irmã e nunca teve problemas.

Segundo os médicos, a reação pode depender de predisposição alérgica, sensibilidade, tempo de exposição e da composição do slime.

Em caso de dúvida sobre o uso do brinquedo pelas crianças, a recomendação é que se opte pelos slimes industrializados. "Se é algo feito pela indústria, há uma padronização e um controle do uso de substâncias que podem fazer mal", diz Nelson Cordeiro, alergista e imunologista do Departamento Científico de Dermatite Atópica e de Contato da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.