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Exagerou nos drinques? Veja 8 efeitos do álcool no seu organismo

ressaca; pessoas de ressaca; amigos bêbados - Getty Images
ressaca; pessoas de ressaca; amigos bêbados Imagem: Getty Images

Colaboração para o VivaBem

01/01/2018 04h00

Beber com amigos e familiares pode ser gostoso para celebrar aquele momento, mas o consumo de álcool é capaz de causar alterações no organismo que não são muito legais: vão desde ressaca, a curto prazo, até câncer, a longo prazo. Conheça algumas dessas consequências.

  • Cérebro menor

    Com o passar dos anos, o volume da massa encefálica diminui naturalmente por conta da perda de tecido branco, que sustenta o órgão. Acontece que o álcool acelera esse processo — a longo prazo, se ingerido em doses exageradas, pode diminuir de 2 a 3% do volume cerebral. A perda desse tecido prejudica a memória e o aprendizado, além de diminuir a chamada função executiva, que é a capacidade de pensar, planejar e fazer.

  • Neurônios envelhecidos

    Logo após a ingestão, a bebida chega ao sistema nervoso central. Em doses progressivas, diminui o nível de consciência, causa torpor, perda de concentração e alteração do fluxo de pensamento. Os efeitos diretos são a diminuição de reflexos, além de alterações motoras e comportamentais. Mas não é só: a longo prazo, o álcool envelhece os neurônios precocemente e pode levar à demência, Alzheimer, alterações isquêmicas e microangiopatias (alteração de pequenos vasos sanguíneos do cérebro).

  • Sono prejudicado

    Pode parecer que a bebida ajuda a dormir — de fato, ela pode encurtar o tempo necessário para se cair no sono. No entanto, também diminui as suas fases, encurtando, ou até anulando, as mais profundas, que são justamente as mais reparadoras e relaxantes. Se esse tipo de bebida for consumido com frequência antes de dormir, pode causar ainda problemas como apneia e insônia crônica.

  • Estômago ácido

    Bebida alcoólicas irritam a mucosa do órgão e estimulam a produção de ácido. Isso pode causar azia, queimação, doença do refluxo gastro-esofágico e úlcera. Outro problema é que os consumidores frequentes tendem a se alimentar mal, justamente por conta da superprodução de ácidos. Isso predispõe ao aparecimento de doenças como epigastralgia e gastrite.

  • Fígado intoxicado

    Esse é o órgão que metaboliza o álcool, ou seja, tem o trabalho de livrar o corpo da substância, transformando-a e expelindo-a de alguma forma, seja pela urina ou suor, por exemplo. O problema acontece quando as doses são altas e frequentes — e o fígado não dá conta de processar tudo, fazendo com que as células do órgão comecem a ser lesionadas. Se continuar, o processo torna-se irreversível e resulta em uma doença chamada cirrose, que pode levar a pessoa à morte.

  • Diabetes tipo 2

    O consumo rotineiro de álcool causa pancreatite, tanto aguda quanto crônica. Ambas, se não diagnosticadas e tratadas — às vezes por cirurgia — podem evoluir para a morte da parte do pâncreas responsável pela produção de insulina, o que leva ao surgimento da diabetes tipo 2.

  • Ressaca

    O álcool desidrata e faz com que veias no cérebro e corpo expandam. O resultado? Dor de cabeça. O estômago, por sua vez, tenta se livrar das toxinas do álcool e do excesso de ácidos, causando vômitos e náusea. Estes são apenas alguns dos sintomas da ressaca. Existem dois fatores que entram em jogo aqui: bebidas de má qualidade, com impurezas que são componentes tóxicos e o álcool em si. Mesmo que de qualidade, ele tem efeito depressor do sistema nervoso central, e a ressaca é uma espécie de efeito rebote desse sintoma.

  • Câncer

    Estima-se que de 20 a 30% dos casos de câncer têm relação com álcool. Aqueles que atingem partes do aparelho digestivo — desde a boca até o reto, passando pelo fígado, intestino e pâncreas —, são os mais comuns. No entanto, bebidas alcóolicas têm relação também com outros tipos de câncer, como o de mama.

    Fontes: Pedro Assed, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), do Rio de Janeiro (RJ), Ronaldo Laranjeira, professor titular do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas (INPAD) e coordenador da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (UNIAD), em São Paulo, e Osvaldo Inácio Pereira, hepatologista do Hospital São Luiz Jabaquara, também em São Paulo.