Topo

Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


11 erros que cometemos na juventude e comprometem nossa saúde no futuro

iStock
Imagem: iStock

Colaboração para o VivaBem

26/04/2018 04h00

O título assusta, mas, antes de tudo, esclarecemos que o ponto aqui é apontar excessos em comportamentos que podem se transformar em problemas futuros. “É preciso anos até que os maus hábitos tenham impacto negativo e se manifestem clinicamente”, explica Guilherme Sangirargi, cardiologista membro da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).

Mas, se as atitudes que apresentaremos abaixo fizerem parte do cotidiano logo cedo, além do próprio risco para a saúde em si, há ainda outra questão: é complicado abandoná-las depois. “Fica mais difícil mudar hábitos em adultos mais velhos que nunca tiveram incentivos saudáveis quando eram novos”, aponta Sangirardi.

Veja o que corrigir agora para ficar bem por décadas.

Fontes: Aline Turbino, neurologista pesquisadora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Cinthia Orasmo, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia; Marcus Yu Bin Pai, fisiatra pesquisador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP); Ricardo Muniz Nahas, ortopedista coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho.

  • iStock

    Ser sedentário

    O sedentarismo está ligado a uma série de problemas, das dores de coluna a uma menor capacidade do organismo para resistir a infecções, passando por risco aumentado de depressão e doenças cardiovasculares. Por isso, apesar de óbvio, ele não poderia ficar de fora dessa lista.

    Já o exercício, por sua vez, ajuda a manter o corpo todo funcionando melhor: músculos, imunidade, cérebro, ossos e por aí vai. Quanto mais cedo começar a prática, maior a probabilidade do hábito se fixar na vida. E o organismo agradece!

  • iStock

    Tomar sol demais

    Um pouco de sol é necessário para garantir doses de vitamina D, mas é bem pouco mesmo: cinco a dez minutos diários de exposição, de preferência em regiões que já não costumam tomar sol, como as palmas das mãos, barriga, pés e etc.

    Fora isso, a recomendação é usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, e lembrar de reaplicar quando for sair de novo. Além do protetor, há outras medidas para reduzir a radiação solar: usar chapéus, roupas compridas e preferir a sombra sempre que possível.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a adoção de práticas que diminuem a exposição ao sol corta em até 50% a chance de surgir um câncer de pele em indivíduos de risco. A saber, são eles: pessoas com a pele muito clara, com histórico da doença na família e que se expuseram prolongadamente ao sol na infância e na adolescência.

  • iStock

    Parar de aprender

    Não é à toa que a baixa escolaridade é considerada um fator de risco para o Alzheimer. Estudar aumenta nossa reserva cognitiva, que, mais tarde, será usada quando o cérebro sofrer uma ligeira queda em seu funcionamento natural da idade, mas que pode ser atenuada.

    Aliás, a mente se beneficia não só do ensino, mas de coisas mais simples e baratas, como ler livros e desafiar os neurônios em palavras cruzadas, xadrez e outros jogos que exigem o raciocínio. Se você gostar de aprender, a dica é estimular a cabeça com novidades: outros idiomas, instrumentos e temas ainda desconhecidos. Assunto não falta!

  • iStock

    Não cuidar da postura

    A postura inadequada está ligada a uma sobrecarga da coluna, que pode não só gerar dores lombares e em outras regiões das costas como favorecer lá na frente chatices como bico de papagaio, hérnia de disco e por aí vai.

    Quem passa horas no computador ou trabalhando sentado deve prestar mais atenção ainda. A lombar, região de baixo das costas, deve ficar grudada no assento e os pés no chão ou apoiados em um suporte. Joelhos e quadris ficam flexionados a 90 graus --ou seja, bem retos. Leia mais

  • iStock

    Dormir mal

    Vez ou outra algo tira nosso sono e tudo bem: não dá para ter só noites boas na vida. Mas abrir mão de uma quantidade adequada de descanso diário por anos e anos não é nada bom para a saúde. Para começar, é durante o sono que o cérebro faz uma limpeza geral, eliminando, entre outras coisas, as proteínas beta amiloides, associadas ao Alzheimer.

    Sem contar que, quando ficamos acordados ao invés de dormir, o risco de desenvolver hipertensão e outros problemas cardiovasculares, como o acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos, aumenta. A quantidade ideal varia, cada pessoa tem sua necessidade, mas os estudos mostram que, abaixo de seis horas por noite, a saúde já pode ser prejudicada. Leia mais

  • Getty Images

    Não cultivar relacionamentos

    Ficar sozinho é bom e necessário, mas a falta de conexões verdadeiras e duradouras pode favorecer o isolamento social no futuro, o que não faz bem ao organismo. Não só porque a solidão aumenta o risco de depressão, que por sua vez abre as portas para doenças crônicas e até infartos e outras panes, mas também porque há um elo direto entre vida social ativa e funcionamento do cérebro. Leia mais

  • Getty Images

    Usar o sapato errado

    Melhor reservar o salto alto para ocasiões especiais. Acima de 3 horas de uso diário prolongado --não há uma medida específica para este “prolongado”, mas podemos considerar aqui que mulheres que calçam salto para trabalhar o fazem por anos-- ele já pode prejudicar o tornozelo, joelho e demais estruturas do pé, além de alterar o centro de gravidade do corpo, o que sobrecarrega a coluna.

    Já os sapatos muito apertados podem, com o tempo, provocar mudanças no formato do pé, como os joanetes, que tanto castigam as mulheres mais velhas. Por outro lado, passar um tempo descalço ajuda a evitar micoses e estimula a musculatura da sola dos pés, o que previne problemas como pé chato, fascite plantar e outras encrencas que acometem nosso meio de transporte mais básico.

  • iStock/VivaBem

    Abusar do açúcar

    Quem passa boa parte da vida abusando das guloseimas desde cedo sente mais e mais necessidade do doce. Com o tempo, a glicose constantemente elevada no sangue se torna uma das principais responsáveis pelo surgimento do diabetes tipo 2. Além de favorecer o ganho de peso, pois o açúcar em excesso pode ser convertido em gordura no fígado.

    Não precisa cortar de vez sua sobremesa favorita do cardápio, mas vale reservar os doces para ocasiões esporádicas e se manter dentro das quantidades diárias recomendadas de açúcar. São 50 gramas por dia para adultos e 25 gramas para crianças, ou 12 e 6 colheres de chá, respectivamente.

    Parece muito, só que não é. A conta não vale só para o açucareiro na mesa, mas para a glicose presente nos alimentos e bebidas industrializados, mel e xarope. Já o açúcar das frutas não entra nessa conta.

  • iStock

    Comer muitos processados

    De novo, eles não precisam ser banidos da dieta, mas os especialistas recomendam investir em alimentos mais naturais. É que produtos processados e ultraprocessados, como bolachas, comidas congeladas, refrigerantes e muitos outros recebem aditivos para que fiquem mais coloridos, saborosos, cheirosos e durem mais.

    Entre esses compostos, estão frequentemente níveis consideráveis de sódio, açúcar e gordura, um trio cuja ingesta precisa ser equilibrada pois o abuso favorece o ganho de peso e seus problemas associados. Estudos recentes indicam ainda que o exagero no consumo de ultraprocessados estaria ligada a uma incidência elevada de câncer. Leia mais

  • iStock

    Dormir sem tirar a maquiagem

    O hábito impede que a pele respire porque os cosméticos obstruem os poros. Além disso, dificulta a renovação natural que ocorre durante a noite, quando o corpo produz substâncias que combatem os radicais livres, moléculas relacionadas ao envelhecimento da derme.

    A água e o sabão, embora ajudem, não são capazes de retirar alguns produtos aderentes. Por isso, vale investir em um demaquilante adequado ao seu tipo de pele.

  • iStock

    Não cuidar dos ossos

    Essa vale especialmente para os jovens. Por volta dos 30 anos, o esqueleto atinge o máximo de seu potencial e, a partir daí, tende a desgastar levemente com o tempo. Quanto mais desenvolvido os ossos estão nessa fase, melhor eles resistirão ao avançar da idade.

    Atividade física ajuda muito, mas o estilo de vida também tem sua influência: fumantes perdem mais massa óssea e quem consome baixos níveis de cálcio tende a ter os ossos menos densos, o que abre caminho para osteoporose, doença que provoca dores e fraturas acima dos 50 anos.

    Para as mulheres, cuidar da ossatura é ainda mais importante, pois a menopausa acelera a tal perda de densidade.