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Blog da Georgia Castro

Posso comer chips de batata-doce sem me preocupar em engordar?

Georgia Castro

12/02/2018 04h15

Crédito: iStock

A cada dia mais adorada por quem pratica atividade física regularmente, a batata-doce vem ganhando novas versões. Ela passou a ser consumida não apenas no almoço ou no jantar, mas muitas vezes é servida logo cedo, no café da manhã. E marca presença até mesmo entre as refeições, na forma de chips.

Raiz de uma planta rasteira, nativa do continente americano, acabou se tornando um componente comum na dieta de populações rurais em diferentes regiões do mundo. No Brasil, é uma das tuberosas mais populares –assada, frita ou cozida. E ainda é utilizada para a extração de amido ou para a produção de álcool. A fascinação relativamente recente dos esportistas vem da crença de que ela repõe a energia consumida nos treinos e, ao mesmo tempo, dá saciedade, afastando a fome.

Do ponto de vista nutricional, 100 gramas de batata-doce cozida oferecem 77 calorias, sendo 0,6 % de sua composição proteínas; 0,1 %, gorduras e 18,4 %, carboidratos. O melhor: em matéria de fibras, essa porção representa 10% da ingestão diária recomendada. Sem contar um aporte considerável de minerais, como o cálcio e vitaminas, como a C.

Para quem pratica atividade física intensa e fica com o metabolismo acelerado, o fato de a batata-doce conferir saciedade faz diferença. Afinal, essas pessoas tendem a viver famintas. E a capacidade desse alimento controlar a voracidade do apetite tem a ver com seu IG (índice glicêmico).

Tudo o que tem IG baixo, como seria o caso da batata-doce, provocaria uma descida mais lenta da concentração de glicose na circulação sanguínea, a chamada glicemia. Desse modo, o organismo entende que não precisa buscar depressa uma ingestão adicional de alimentos cheios de energia e a fome demoraria mais para reaparecer.

No entanto, essa ideia de que a batata-doce teria baixo IG não é uma unanimidade. Estudos recentes mostram uma variação muito grande dos índices glicêmicos entre diferentes tipos da batata-doce.

Um formato industrializado que tem se tornado bastante comum, devido à sua conveniência, é o dos chips. No caso, o processamento consiste basicamente na moagem inicial do vegetal. A farinha obtida passa depois por uma rosca, com diferentes zonas, cada uma delas com velocidade e temperatura bem definidas e sob alta pressão. Essa etapa é chamada de extrusão da fécula de batata doce.

Nesse processo, ocorre um cozimento e, de acordo com a saída da rosca, sai um formato de salgadinho, desde os mais fininhos até os expandidos ou aerados. Após a extrusão,  a indústria pode pulverizar óleo vegetal com condimentos e sal na superfície da batata-doce para incrementar o sabor do produto.

Em geral, esse processamento abaixa um pouco mais o IG e melhora a capacidade de gerar saciedade da batata-doce. Vale ressaltar que quantidade de óleo pulverizada em sua superfície costuma ser muito pequena e, por isso, não traz nenhum prejuízo à saúde. Mas não custa consultar o rótulo.

Os chips podem ser também mais fáceis de digerir do que a batata-doce preparada em casa, porque a tal extrusão adianta parte do trabalho de quebrar as moléculas de amido, que é o carboidrato presente no vegetal. Portanto, o petisco é, no final das contas, uma excelente alternativa para complementar a sua alimentação.  Bom proveito!

Sobre a autora

Engenheira de alimentos pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e doutora em nutrição pela Universidade Estadual de Campinas e pelo INRA, na França, Georgia Castro passou mais de 20 anos na área de assuntos científicos e pesquisa aplicada de algumas das maiores indústrias de alimentos do mundo, conhecendo como poucos os bastidores da produção daquilo que chega à nossa mesa. Atualmente, trabalha como coach de saúde e bem-estar.

Sobre o blog

Um espaço para você saber a verdade e compreender a composição dos alimentos embalados, aqueles que compramos no supermercado, nos atacados, nas lojas de conveniências ou que pedimos em cantinas, lanchonetes, bares e outros locais tão presentes na vida cotidiana. Assim, com informação, você será capaz de fazer escolhas de forma mais consciente.

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