Por que, assim como Anitta, deveríamos todos dar um tempo do celular
A cantora Anitta ficou, em suas férias, quatro dias desconectada das mídias sociais, da internet e de seu celular. Na volta, mandou textão nas mesmas mídias sociais defendendo que, de tempos em tempos, todo mundo deveria experimentar férias de seus telefones. "Conectar-se é importante", ela escreveu, mas se desconectar também.
E a ciência mostra que ela tem razão.
Uma importante pesquisa com adolescentes aponta que o aumento de depressão, ansiedade e tendências suicidas parece estar relacionado ao aumento do uso de mídias sociais nos celulares (especialmente em meninas) [1].
Outra pesquisa, um experimento com mais de 1.500 pessoas na Dinamarca, mostra que dar uma semana de pausa no Facebook tem impacto positivo no humor das pessoas [2]. Ou seja, quem deixa de usar mídia social por uma semana se sente mais feliz do que as pessoas que continuam acessando o Facebook normalmente.
A internet permite que uma pessoa no Brasil se comunique com um desconhecido na Austrália. O mundo ficou menor e cabe no bolso da minha calça.
Ao mesmo tempo, ter acesso ao mundo todo com tanta facilidade parece nos afastar das pessoas que estão à nossa frente.
No lugar das relações de carne e osso, de sorrisos e lágrimas, as mídias sociais nos expõem diariamente a um coquetel de conquistas. Todo mundo parece feliz o tempo todo no Facebook. Mesmo sabendo que a tela do celular não é um retrato preciso de ninguém, sofremos os efeitos de ver milhares de vidas perfeitas, enquanto as nossas são cheias de dores e fracassos.
Mas o dano maior parece se dar pelo que perdemos quando passamos horas e mais horas olhando para o celular: perdemos todo o resto.
A família que deixa de conversar com os filhos adolescentes porque todos estão concentrados em seus celulares. O viajante que deixa de conhecer pessoas novas porque precisa postar a foto perfeita no Instagram. O casal que deixa de se olhar para rir da mensagem do grupo de Whatsapp.
O caminho para a felicidade parece passar por relações profundas e pela capacidade de aproveitar o momento presente. Essas são as duas coisas que perdemos quando passamos horas empurrando as imagens das vidas dos outros, distantes e quase desconhecidos, na tela de nossos celulares.
É estranho ouvir o conselho de quem é notícia depois de sumir da internet por quatro dias, mas a ciência precisa concordar com a Anitta. E, talvez, parodiá-la: Vai malandra e desliga o celular.
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