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Saber separar amor e sexo pode melhorar a sua vida e seus relacionamentos

Separar sexo e amor pode ser positivo e ajudar no autoconhecimento - iStock
Separar sexo e amor pode ser positivo e ajudar no autoconhecimento Imagem: iStock

30/11/2017 04h00

Juntos, amor e sexo formam uma combinação incrível. Quando separados, porém, também oferecem uma gama de possibilidades bem enriquecedoras, como descobrir mais sobre o próprio prazer e abrir mão de expectativas e mitos românticos. Veja 8 razões pelas quais é importante encarar o sexo e o amor como experiências que podem –e devem– ser vividas de maneira separada:

1. Qualquer combinação é válida

O amor é a sustentação que mantém a relação de pé, mesmo quando o casal atravessa uma fase de “seca sexual”, seja qual for o motivo. E amor sem sexo é uma combinação que existe, sim, e que funciona para muita gente --a assexualidade ilustra muito bem isso, assim como os casamentos duradouros pautados na amizade.

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2. Autoconhecimento é importante

Esperar um amor verdadeiro para se entregar sexualmente ou voltar a ter vida sexual ativa pode limitar a vida de qualquer pessoa, que deixa de viver experiências que podem permitir um maior autoconhecimento –e, assim, descobrir o que gosta ou não e até se preparar melhor para dar e receber prazer em relações futuras.

3. Emoções são distintas

Somente buscar sexo associado ao amor pode ser frustrante, pois outras emoções podem surgir e atrapalhar o sexo através das dificuldades de relacionamento do casal, mesmo existindo afeto genuíno.

4. Adeus, idealizações

O amor é pautado em idealizações e expectativas em relação ao par. É comum que as pessoas esperem do outro o que elas gostariam de receber –um prato cheio para a frustração. Muitas vezes o que se sente por alguém é puro tesão, e o desejo acaba massacrado porque não vem acompanhado de nenhum sentimento mais “fofo”. Só que, mesmo numa relação amorosa, o sexo precisa ser livre e desimpedido para fluir bem, nunca mecânico ou engessado.

5. Simbiose pode ser sufocante

O conceito de amor romântico cria mitos como “almas gêmeas” e casais que, quando se formam, os dois passam a ser um só. Isso cria uma confusão danada nas pessoas, principalmente nas que receberam uma educação mais conservadora, pois, se o sexo também é uma fusão, então o “certo” seria que acompanhasse sempre o amor. Esse conceito de simbiose, porém, é sufocante e aprisionador, pois limita tanto o desejo quanto a escolha amorosa.

6. Mito ultrapassado

“Quem ama não sente tesão por mais ninguém” é outro mito comum ligado ao amor romântico. Os seres humanos são dotados de hormônios, necessidades e anseios e, portanto, é comum que sintam atração por outras pessoas, mesmo que tentem evitar isso. Agora, concretizar esses desejos é uma escolha que deve caber a cada um, independentemente se vêm acompanhados ou não de outros sentimentos.

7. Prazer individualista

Quando o sexo não inclui envolvimento afetivo, é possível ter um comportamento mais “individualista” (no bom sentido, sem conotação de egoísmo). Sai de cena a preocupação extrema com o prazer do outro –e em atender as expectativas do par–  e atenção fica 100% voltada para o próprio corpo e as próprias necessidades e sensações. Para várias pessoas, o fato de não ligar tanto para o julgamento de quem está ali ao lado na cama permite dar vazão a certas fantasias.

8. Liberdade de escolha

É importante considerar que não existe uma fórmula que sirva para todos. Existem relacionamentos monogâmicos, casuais, poliamorosos, abertos... Enfim, uma gama de variações que vêm modificando a maneira de a sociedade encarar o amor e o sexo.

A própria existência desses outros formatos de relacionamento revela mudanças de mentalidades e a distinção entre amor e sexo, assim como transformações na concepção de conceitos como a monogamia e as configurações familiares. É preciso refletir sobre tais mudanças e aprender a respeitar as escolhas individuais. Amor e sexo são diferentes, mas podem ser vividos e experimentados juntos ou não.

FONTES:

Breno Rosostolato, psicólogo e educador sexual, de São Paulo (SP); Carlos Eduardo Carrion, psiquiatra especializado em sexualidade, de Porto Alegre (RS), e Oswaldo Martins Rodrigues Jr., psicólogo, terapeuta sexual e diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade Humana)