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Luciana Bugni

5 dúvidas que enlouquecem a gente antes de colocar o filho no berçário

Luciana Bugni

16/01/2018 06h00

Em pouco tempo a criança estará adaptada! Vai na fé (Foto: iStock)

 

O cordão umbilical, aquele que o pai ou o médico corta no dia do parto é uma coisa. Mas tem um cordão imaginário que mais parece uma corrente de aço e é muito mais forte que aquele. A gente passa a vida inteira tentando cortar e dar liberdade ao filho. E consegue, do nosso jeito. Mas cada avanço é uma dorzinha.

Estou vivendo agora um dos cortezinhos nesse cordão aí: meu filho começou na creche. Dizendo assim parece que estou fazendo um drama absurdo, mas gente do céu… Que difícil deixar aquela coisinha pequenininha lá, na mão de estranhos (que são profissionais e em quem eu confio, lógico). As amigas disseram que no dia de deixar na escola a gente chora mesmo. Chora porque os bebês choram, chora porque os bebês não choram, chora porque eles estão sofrendo com a adaptação, chora porque eles estão de boa com a adaptação — será que ele vai esquecer de mim, meu Deus?

Quem tem filho mais velho disse que essa dorzinha dói tudo de novo quando eles entram pela primeira vez numa van escolar, quando viajam sem você pela primeira vez, quando passam o ano novo com a família de um amigo, quando passam no vestibular em outra cidade (nunca estarei pronta para isso), quando vão morar sozinhos e… Minha sogra disse que no dia do casamento de cada um dos três filhos ela andava na rua chorando em direção ao cabeleireiro. O bom desses perrengues é que a gente se acostuma rápido. Hoje já deixei o pequenininho na escola sem sofrer tanto. E pergunta se minha sogra quer algum dos três morando lá de novo?

Abaixo, algumas das dúvidas que passam pela nossa cabeça quando a gente coloca os pequenos na escola. A boa notícia é que, mesmo que tenha lágrima, a adaptação acontece, a correria diminui (um pouco) e a vida de todo mundo melhora, sim!

1. Será que meu bebê vai se adaptar à escola?

Os especialistas dizem que bebês se adaptam a quase tudo. Lógico que você pensou antes de escolher a escola e fez matrícula em um lugar em que confia, com profissionais que lhe agradaram. Ele será bem tratado. Então vai tranquila, respira e acredita. Se você confiar, a criança também confia e sofre menos. E, como disse uma amiga minha: a adaptação é dos pais. Seu filho vai estar ótimo em menos tempo do que você imagina. E você… você vai sofrer um pouco, mas logo vai ver que ele está bem e ficar bem com isso.

2. Será que meu filho vai ficar doente?

Vai. Eu morria de medo disso e adiei ao máximo a ida do meu filho à escola. No dia em que não deu mais pra segurar (os dois pais trabalhando fora em ritmo acelerado e boa vontade dos avós tem limite), o levei para conhecer o berçário. Foi menos traumático do que imaginei. Nos 15 minutos em que ficou lá, ele brincou com os colegas no chão, chorou pouco, ficou longe de mim na boa e… três dias depois estava doente! Nesse dia eu percebi que não terei controle disso mesmo. Na creche, eles ficam muito mais expostos aos vírus do que em nossa casa, com adultos. Mas também não tem drama: a imunidade se adquire aos poucos e logo vocês estarão livres disso.

3. Se eu não consigo fazê-lo dormir/comer nem em casa, imagina na escola!

Lá é diferente. A coletividade faz milagres pela educação do seu filho. Não estranhe se você, que passa três horas ninando a criança sentada em uma bola de pilates e mesmo assim ela não dorme, receber a seguinte notícia da professora: acabou de comer, pegou o travesseiro e foi dormir sozinha. A comida também — as crianças funcionam como um espelho e imitam as atitudes do outro. Se a criançada toda está fazendo o que se deve fazer (comendo, dormindo, escovando os dentes) é muito provável que seu filho imite também. E pode até facilitar para você em casa.

4. Mas em casa temos horários de almoço diferentes…

Melhor mudar os horários em casa, no fim de semana, e fazer exatamente igual ele faz na escola. Já é difícil para a criança entender que tem dias que vai para lá e tem dias que fica com você. Quanto mais parecidos o sábado e o domingo forem com os outros dias da semana, melhor.

5. E se ele não gostar da professora?

Tudo o que você sente é absorvido pela criança — por mais que a gente ache que está disfarçando. Por isso, quando for levá-la ao berçário ou à escola, entregue-a na mão das tias com confiança. Se puder incentivá-la a entrar andando sozinha, melhor ainda! Fique atenta a tudo que ela vive no ambiente escolar, claro, mas não entre na piração de saber o que aconteceu a cada 5 minutos — nem fique pedindo para a coordenação mandar fotos por WhatsApp toda hora, pelamordedeus! Essa confiança só faz bem para ela. E para você, que vai respirar aliviada bem antes do que imagina!

Sobre a autora

Luciana Bugni é gerente de conteúdo digital dos canais de lifestyle da Discovery. Jornalista, já trabalhou na “Revista AnaMaria”, no “Diário do Grande ABC”, no “Agora São Paulo”, na “Contigo!” e em "Universa", aqui no Uol. Mora também no Instagram: @lubugni

Sobre o Blog

Um olhar esperançoso para atravessar a era digital com um pouco menos de drama. Sororidade e respeito ao próximo caem bem pra todo mundo.