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Gripe, remédio e menstruação interferem nos exames? Tire 8 dúvidas

É importante seguir as recomendações do laboratório antes de realizar qualquer exame - Istock
É importante seguir as recomendações do laboratório antes de realizar qualquer exame Imagem: Istock

Camila Brunelli

Colaboração para o UOL VivaBem

13/06/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Na hora de fazer exames de sangue, é normal se perguntar se o jejum é necessário e se algum dos hábitos que você tem pode mudar os resultados
  • De modo geral, essas condições variam de exame para exame, por isso é importante ouvir as recomendações do laboratório ao agendar os seus
  • É importante sempre relatar seus medicamentos, condições de saúde naquele momento e data de menstruação ao fazer sua ficha no laboratório

Quem nunca foi fazer coleta de um exame de sangue e se perguntou se tinha feito o jejum corretamente, de modo a não alterar os resultados? Ou esqueceu que tinha exame de urina e acabou desperdiçando o primeiro xixi do dia? Essas são dúvidas simples e que passam bastante pela cabeça de quem não é profissional de saúde.

O UOL VivaBem consultou especialistas para sanar as dúvidas mais recorrentes. Confira:

1. O jejum é necessário em todos os tipos de exame? Beber água quebra o jejum?

Não. Desde 2016, o jejum não é mais obrigatório para a maioria dos exames de sangue. A exceção é a avaliação do perfil lipídico (colesterol total, LDL, HDL, VLDL e triglicérides), mas o médico que pediu o exame deve orientar o paciente quanto à necessidade do jejum.

É importante que se diga que mesmo nos casos em que o jejum é obrigatório, o período máximo deve ser de 14 horas --mais que isso pode interferir nos resultados dos exames. A ingestão de água também é permitida, mas é bom manter a parcimônia --300 ml é o máximo.

2. Medicamentos podem modificar os resultados de exames laboratoriais?

Alguns medicamentos podem interferir nos exames laboratoriais. O uso da biotina, também conhecido como vitamina B7, pode interferir diretamente no exame. Um outro exemplo é o ácido acetilsalicílico, que está presente em muitos analgésicos e antitérmicos e interfere nos resultados de exames de avaliação de coagulação do sangue. É importante que o paciente informe ao laboratório todo medicamento que esteja sendo usado. O ideal é suspender o uso dos medicamentos cerca de 3 dias da coleta --mas nunca sem antes consultar o médico.

3. Bebida alcoólica e fumo podem alterar os testes?

Sim, a ingestão de bebida alcoólica pode elevar o nível de triglicérides. Uma dose de uísque, uma cerveja ou um copo de vinho na véspera pode elevar os seus níveis, falseando os resultados. O álcool também pode alterar resultados de provas hepáticas. O ideal é ficar três dias sem ingerir qualquer bebida alcoólica antes da coleta.

Já o fumo pode elevar a concentração de substâncias como adrenalina, aldosterona, cortisol e antígeno carcinoembrionário no sangue. O tabagismo também causa a elevação na concentração de hemoglobina, no número de leucócitos e de hemácias e no volume corpuscular médio, além de reduzir a concentração de HDL-colesterol. A indicação é não fumar no dia do exame --ou pelo menos três horas antes.

Atualmente há especialistas que defendem que o paciente mantenha seus hábitos. "Se for o caso de um indivíduo que bebe diariamente uma lata de cerveja ou uma taça de vinho, o ideal é que mantenha seus hábitos. Se beber socialmente, é bom que seja interrompida essa ingestão cerca de 72 horas antes da coleta. A mesma orientação se aplica a fumantes", diz o clínico geral da Beneficência Portuguesa, Henry Porta Hirschfeld.

4. Menstruação interfere nos exames?

No de urina, sim. Por isso, o ideal é fazer o exame três dias após o período menstrual. Existem casos, no entanto, em que o exame deve ser realizado em determinado período do ciclo por causa dos níveis hormonais. Nesse caso, a paciente deverá realizar a higiene das áreas genitais com água e sabão, para evitar contaminação, e fazer a secagem dessas áreas no momento da coleta. E utilizar o tampão vaginal para que o sangue menstrual não se misture com a urina.

5. Existe algum impedimento para coletar sangue caso o paciente apresente gripe, resfriado ou febre?

Alguns exames são solicitados exatamente porque a pessoa está com febre, para verificar a presença de alguma infecção. A doença que está induzindo a febre pode interferir nos exames destinados a avaliar aspectos metabólicos, como por exemplo o perfil lipídico.

No entanto, é importante consultar o especialista ou o laboratório antes de coletar o material, pois em alguns casos pode haver interferência nos resultados, principalmente em situações destinadas a avaliar aspectos metabólicos e imunológicos.

6. A alimentação pode afetar a análise das amostras de sangue?

Aqui é importante que o paciente se alimente mais ou menos da maneira que está acostumado nos cinco dias anteriores à coleta --sem exageros ou dietas específicas para não maquiar os resultados.

7. Quando a orientação do meu médico é uma e a do laboratório é outra, com qual recomendação devo seguir?

Todos os laboratórios possuem procedimentos e orientações padrão para a coleta de sangue, os quais são aplicáveis para a grande maioria das pessoas. No entanto, o médico poderá estabelecer critérios específicos em relação ao momento adequado para coleta do exame de sangue, considerando a condição clínica e a doença que está sendo investigada.

8. Como deve ser coletada a urina? É essencial que seja a primeira urina ao acordar?

O médico poderá estabelecer o horário que deseja realizar a coleta de urina. Se isso não acontecer, a urina poderá ser colhida em qualquer horário do dia, mas com o cuidado da pessoa permanecer, pelo menos, duas horas sem urinar e sempre desprezando o primeiro jato. No caso de investigação de uretrites, no entanto, é obrigatória que seja a primeira urina do dia.

O ideal é que ela seja colhida em frasco apropriado, fornecido pelo laboratório ou adquirido na farmácia, seguindo cuidadosamente as orientações de higienização e conservação recomendadas, e seja entregue o mais rápido possível.

Fontes: Henry Porta Hirschfeld, clínico geral e Wykma Hossaka, pediatra: ambos médicos da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo; Nairo Sumita, Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial; Américo Cuvello, clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Monika Conchon, diretora médica de Análises Clínicas do Lavoisier Laboratório e Imagem.

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