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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Obesidade fez casamento dele acabar: "Cansado de ser solteiro, perdi 50 kg"

Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Bárbara Therrie

Colaboração para o UOL VivaBem

30/05/2019 04h00

O analista de pesquisa de mercado Alexandre Cobianchi, 36, chegou a pesar 145 kg e resolveu mudar ao receber o diagnóstico de obesidade mórbida e também pela insatisfação de estar solteiro. A seguir, ele conta como emagreceu 50 kg em nove meses sem nenhuma intervenção cirúrgica

"Eu sempre fui o gordinho da família, meus pais e dois irmãos são magros. Com nove anos de idade, minha mãe me levava ao pediatra e ele já alertava que eu estava acima do peso. Lembro de o médico dizer que se eu não me cuidasse, poderia ficar obeso a longo prazo. Na escola, eu era o 'gordo nerd', sempre o último a ser escolhido para o time de futebol.

Em uma das minhas fases piores fases, aos 32 anos, eu parei de beber água e tomava 4 litros de refrigerante por dia. Era um veneno

No almoço, eu trocava o arroz, feijão e bife por três lanches de fast-food. Fazia churrasco em casa quatro vezes por semana. Eu experimentei todas as dietas possíveis que achei na internet e fiz uma maluquice: inventei a dieta da cerveja por 7 dias ou seven days beer diet.

Funcionava assim: se eu sentisse fome, eu bebia cerveja, mas, se eu decidisse comer, eu não podia tomar cerveja. Ou eu bebia ou comia, não podia fazer os dois. Como eu adorava beber, tentava não comer. No terceiro dia, eu já passava mal, tinha náuseas, tontura, dor de cabeça e sonolência.

Fui casado por cinco anos. Minha ex-mulher reclamava do meu sobrepeso e das limitações no sexo. Ela dizia que se eu não emagrecesse a gente não ia dar certo. Ela se queixava durante o sexo por algumas limitações que eu tinha

Alexandre Cobianchi, 36 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal
Ela chegou a dizer a um amigo que se, em um mês eu não tomasse jeito e melhorasse, ela ia me largar, porque não aguentava mais minha falta de comprometimento. Reconheço que ela não estava totalmente errada, eu falhei em não ter me empenhado mais. Eu era um gordo preguiçoso, não tinha força de vontade. A obesidade, somada a outros problemas, contribuiu para o fim de meu casamento.

Depois que me divorciei, continuei na minha zona de conforto e com péssimos hábitos. Eu dormia mal, roncava, não era produtivo, não tinha energia, sofria de pressão alta, sentia falta de ar.

Em fevereiro de 2018, aos 35 anos, eu estava com 145 kg quando recebi dois diagnósticos que me fizeram travar: tinha desenvolvido diabetes tipo 2 e atingido a obesidade mórbida. Fiquei assustado, com medo até mesmo morrer.

Foi quando fiquei determinado a reverter esse quadro. Outra motivação para emagrecer foi o fato de estar solteiro, eu não gostava de ficar sozinho. Tinha receio de me aproximar de uma mulher e ser rejeitado. Na minha cabeça, ninguém me queria por eu ser obeso. Eu precisava superar isso.

Minha primeira mudança veio em março de 2018. Me consultei com uma nutricionista e ela me indicou uma reeducação alimentar, que consistia em comer duas frutas ou uma fatia de pão integral no café da manhã

No almoço, fazia um prato de salada e depois ia para o quente: uma colher de arroz, uma de feijão, um bife e uma verdura cozida. À tarde, eu tomava vitamina ou iogurte. À noite, era só grelhado e salada. Eu segui esse plano alimentar por um mês, mas enjoei. Me incomodava ter regras, quantidades e horários estabelecidos para cada alimento.

Dei uma olhada na dieta low carb e me identifiquei. Cortei completamente o carboidrato e o açúcar: alimentos que têm farinha de trigo, massa, pão, arroz, fast-food, bolachas, bolo. Entendi que há dietas que funcionam para algumas pessoas e, para outras, não.

De manhã, tomo café preto com adoçante e umas fatias de queijo branco. No almoço, geralmente monto meu prato com abobrinha refogada, três ovos cozidos, salada de couve e preparo três bifes ou frangos na fritadeira sem óleo. Não como sobremesa.

À tarde, como frutas. No jantar, eu repito o mesmo cardápio do almoço ou faço um petisco picadinho com salsicha, queijo e ovo cozido. Não bebo mais refrigerante, tomo água e suco de frutas. Só bebo cerveja na sexta e sábado.

Com essa nova alimentação, eu eliminei em média, de 2,5 kg a 2 kg por semana, nos quatro primeiros meses, de março a julho de 2018. Depois a perda foi de 1 kg por semana, de julho a outubro. E de 0,5 kg por semana, de outubro até dezembro. Em nove meses eu sequei 50 kg.

A cada quilo eliminado, era um "pode" a mais que eu ganhava: podia trabalhar mais disposto, podia dormir melhor. Eu fiz três festas para celebrar os 99 kg. Ter eliminado o terceiro dígito da balança, após tantos anos, foi um marco histórico para mim

Em outubro de 2018, comecei a fazer caminhada após passar um período na fazenda da minha avó. Iniciei com 1 km por dia e, em dezembro, já estava andando de 8 km a 10 km. Não tinha mais falta de ar, mas, percebi que se eu tivesse uma cobrança de estabelecer metas diárias de exercício, eu ia abandonar a atividade.

Adotei uma estratégia, deixei de usar muito o carro e incorporei a caminhada à minha rotina. Faço tudo o que posso a pé: vou ao escritório, ao mercado, ao shopping

Também me habituei a usar roupas do tamanho correto, e não muito largas, porque isso dá margem para engordar e não perceber. Hoje estou com 95 kg e ainda pretendo perder entre 5 kg e 10 kg. O próximo passo é largar o cigarro. Minha saúde evoluiu: a glicemia está na média e não tenho mais diabetes tipo 2. Melhorei minha autoestima e me sinto seguro para conhecer uma nova mulher.

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