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Intervenção psicológica ajuda jovens a recusarem alimentos industrializados

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Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

22/04/2019 11h17

Adolescentes estão frequentemente expostos a centenas de propagandas de alimentos industrializados, como bolachas, salgadinhos e os famosos lanches fast-food. Mas como a saúde pública poderia evitar que o consumo destes produtos seja exacerbado?

De acordo com uma nova pesquisa publicada no periódico científico Nature Human Behavior, uma estratégia psicológica simples, mas eficaz, parece ser a chave.

A ideia, de acordo com os especialistas responsáveis pela pesquisa, é explorar a tendência natural dos adolescentes a se rebelar: mostrando como campanhas de marketing bem financiadas são projetadas para nos deixar viciados em comidas pouco saudáveis.

Como o estudo foi feito

  • Um total de 362 alunos com idades entre 13 e 15 anos participou do estudo no Texas, Estados Unidas.
  • Os estudantes foram divididos em dois grupos: parte deles recebeu um questionário baseado em fatos sobre alguns dos truques de marketing usados pelas empresas de alimentos, e o outro recebeu um relatório mais direto sobre os benefícios da alimentação saudável.
  • Frases como "as empresas estão gastando muito dinheiro para encontrar maneiras de tornar [alimentos não saudáveis] ainda mais viciantes" e "assim como um carro, nossos corpos precisam de combustível para continuar funcionando, e os nutrientes são como combustível para nossos corpos", foram entregues aos alunos.
  • Monitorando as compras no refeitório pelo resto do ano letivo, os pesquisadores descobriram que, para os participantes, os alimentos industrializados não eram mais vistos de forma tão positiva, e que os adolescentes estavam fazendo escolhas mais saudáveis em lanches e refeições.

Resultados

O efeito a longo prazo sobre as opções de refeitório escolar foi mais perceptível em adolescentes, que compraram 31% menos lanches industrializados em um período de três meses. Os pesquisadores sugerem que a diferença pode ter ocorrido porque as adolescentes estão mais preocupadas com a imagem corporal e as contagens de calorias.

"Uma das coisas mais empolgantes é que conseguimos que os jovens tivessem uma reação imediata mais negativa aos lanches e à comercialização, e uma reação imediata mais positiva aos alimentos saudáveis", diz o cientista comportamental Christopher J. Bryan, um dos responsáveis pelo estudo.

A equipe por trás da análise acredita que aumentar a percepção e o poder de julgamento dos adolescentes é o suficiente para causar uma mudança de hábitos. Além disso, os cientistas apontam que o experimento pode ser facilmente ampliado para grupos maiores de crianças e também não custa muito dinheiro, tornando-se uma forma potencial de combater os crescentes níveis de obesidade em todo o mundo.

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