Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Novos tratamentos aliam técnicas para combater calvície; eles funcionam?

Cada paciente tem uma resposta para o tratamento da calvície e unir várias técnicas não garante sucesso - iStock
Cada paciente tem uma resposta para o tratamento da calvície e unir várias técnicas não garante sucesso Imagem: iStock

Diana Cortez

Colaboração para o UOL VivaBem

15/02/2019 04h00

A calvície é um problema que preocupa muita gente. Para ajudar homens e mulheres a encontrarem uma solução para queda de cabelo (a famosa alopecia), há diversos tratamentos. E cada vez mais surgem protocolos que combinam diferentes técnicas em uma única sessão, com a promessa de combater o problema em várias frentes e evitar a perda dos fios. 

"A queda de cabelo tem causas multifatoriais, por isso unir diferentes técnicas consagradas é uma maneira de tratar várias frentes do problema em uma única sessão de 30 minutos. No entanto, cada paciente terá uma resposta ao tratamento, que não tem contraindicação, efeito colateral, nem tempo de repouso", conta Vivian Cardoso Alves, fisioterapeuta e coordenadora técnica da Fill Recuperação Capilar, de São Paulo (SP), clínica que oferece um protocolo com a radiofrequência microagulhada, seguida da aplicação de fatores de crescimento, seguida da luz de LED (explicaremos melhor cada técnica depois).

Investir em um arsenal contra calvície funciona?

calvície, feminina, queda de cabelo - iStock - iStock
A perda de fios tem diversos fatores, como estresse, deficiência nutricional e genética
Imagem: iStock
É isso, como a queda de cabelo tem várias causas, não é possível garantir que todos os pacientes terão resultado com um mesmo procedimento, mesmo que ele combine diferentes métodos. "Daí a importância de realizar tratamentos individualizados", diz a médica dermatologista Tatiana Gabbi, assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). 

Portanto, antes de investir em um tratamento desses, é importante buscar um dermatologista para ter o diagnóstico correto do problema e atacar a raiz do seu problema. 

"O médico vai avaliar e solicitar exames ou mesmo uma biópsia para investigar os motivos da queda de cabelo, que podem ser, entre outras coisas, deficiência nutricional, estresse, problemas na tireoide, tendência genética ou até mesmo uma doença autoimune", explica o professor Ricardo Romiti, médico do departamento de dermatologia e coordenador do Ambulatório de Cabelos do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).

Outro ponto importante é verificar se o tratamento tem respaldo científico. Afinal de contas, apesar de muitos métodos e equipamentos serem aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não quer dizer que oferecem garantia de resultado. Segundo Romiti, o órgão libera um tratamento por ele não oferecer risco à saúde, e não necessariamente porque funciona. 

Entenda algumas técnicas que combatem a calvície 

careca, calvície, queda de cabelo - iStock - iStock
Antes de investir em qualquer tratamento é importante procurar um dermatologista para focar na causa do problema
Imagem: iStock

- Radiofrequência microagulhada É um dos métodos que vêm sendo bastante utilizados para o tratamento da queda de cabelo. Na prática, o equipamento realiza microfuros no couro cabeludo a fim de provocar um processo inflamatório local e estimular o crescimento do fio, ou ainda facilitar a penetração de substâncias que ativariam o folículo capilar (onde fica a raiz do cabelo).

"O método surgiu como uma opção à mesoterapia, técnica que também infiltra substâncias no couro cabeludo usando agulha, mas que pode prejudicar os folículos por conta da pressão gerada durante o procedimento", explica Gabbi. Existem estudos que comprovam a eficácia da radiofrequência microagulhada, mas não há um consenso porque existem muitas variáveis nessas pesquisas, por isso não se pode cravar 100% que o método funciona.

- Luz de LED Como é indolor, o método tem sido bem aceito pelos pacientes --e por ganha cada vez mais atenção do mercado e dos pesquisadores. Ao ficar em contato com o couro cabeludo, a luz tem ação vasodilatadora. Ou seja, aumenta a circulação sanguínea na região, o que faz com que as células recebam mais oxigênio, acelerando a produção de um novo fio. 

Mas, apesar dos diversos trabalhos publicados sobre a tecnologia e alguns comprovarem sua eficácia, existem muitas variáveis nesses estudos. Portanto, não há um protocolo bem definido e confiável que indica o número de sessões e o intervalo entre elas. 

- Fatores de crescimento São substâncias, como vitaminas e ativos, que penetram no couro cabeludo e são capazes de aumentar a atividade das células dos fios, fazendo com que cresçam mais rápido e fortes.

"Muitos pacientes já conseguem ter bons resultados em 30 dias. No entanto, o tratamento não traz resultados para os casos em que o folículo se torna fibrótico e não há mais crescimento de cabelo", complementa Alves. 

A escolha das substâncias para tratar os quadros de calvície é outro capítulo dessa história e pode variar entre nutrientes, como a biotina (vitamina B), ou medicamentos que já têm sua eficácia comprovada em estudos --mas também não há garantias devido a diversas variáveis, como já falamos. 

Tratamento do futuro?

Uma nova opção de tratamento em estudo é com os fatores de crescimento naturais, já usada em países como Estados Unidos e França, conhecida como Plasma Rico em Plaquetas (PRP) --método que Neymar está usando para tratar sua lesão e é permitido no Brasil somente para pesquisa.

Trata-se de uma técnica em que o próprio sangue do paciente é coletado. Então, é feita a separação do plasma em laboratório para ser injetado novamente no local da calvície. "Essa parte do sangue tem uma concentração grande de plaquetas ricas em fatores de crescimento --aminoácidos que agem em receptores de células específicas, melhorando a espessura e qualidade dos fios de cabelo", explica a dermatologista Denise Steiner, chefe do departamento de dermatologia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), onde um estudo sobre o assunto está em fase de análise estatística. 

Ainda não se sabe quais são todos os mecanismos envolvidos, mas, segundo Steiner, é possível observar uma melhora pelas fotografias. "As próximas análises caminham no intuito de compreender se a técnica é capaz de reverter a calvície ou se só melhora a qualidade do fio", finaliza a dermatologista. 

SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube