Como é operação de estrabismo? PC Siqueira faz reality e relembram cirurgia
PC Siqueira já tem no currículo cargos como apresentador da MTV e youtuber, e agora vai acrescentar mais uma função a esta lista ao participar do reality show "O Aprendiz", que estreia em março, na Band.
Os mais antenados nas redes sociais já conheciam o youtuber por seu canal --o "Mas Poxa Vida" conta com mais de dois milhões de seguidores --, mas a participação em um programa na TV aberta fez com que muita gente fosse apresentada só agora ao seu nome.
Um fato que chamou atenção sobre o apresentador foi que ele era estrábico nos seus primeiros vídeos e em 2016 passou por uma cirurgia para corrigir a condição. Ele mesmo conta em seu canal que a operação "tem um impacto social e econômico na sua vida," e o UOL VivaBem explica o que acontece.
O que é estrabismo?
"O estrabismo é quando você tem um desalinhamento entre os dois olhos. O normal é sempre os dois olhos olharem ao mesmo tempo para o mesmo ponto, quando há diferença é estrabismo", afirma Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Existem vários tipos de desvio: os horizontais, o olho pode ficar mais para direito ou esquerda; os verticais, mais para cima ou para baixo; ou até os torcionais, que é quando o olho sofre um movimento de torção e paciente só consegue enxergar reto se a cabeça estiver torta para acompanhar a torção. Inclusive, a condição pode afetar os dois olhos ou um só.
As causas também são diversas e às vezes não se descobre por que o estrabismo apareceu. "Pode se manifestar quando bebê, pode ter um estrabismo adquirido na vida adula com um trauma, pode ser uma resposta de uma infecção, alguns tipos são relacionados ao grau dos óculos," explica Claudia de Paula Faria, oftalmologista especialista em estrabismo da Clínica Belfort que fez a operação do PC Siqueira no hospital Santa Cruz.
A cirurgia pode ser necessária, mas talvez tratamentos com óculos já funcionem. O acompanhamento médico para analisar o quadro e cravar um tratamento não costuma ser rápido e pode levar alguns meses.
"É muito importante ir ao médico, só ele vai conseguir diagnosticar o seu tipo específico, pedir exames, dilatar a pupila, acompanhar por algumas semanas para ver como ele se comporta, se há progressão, e só depois traçar um tratamento," comenta Faria.
A operação é só estética?
Mais uma vez: depende. Sim, o quadro é muito específico e cada detalhe importa. Não é como na miopia, por exemplo, em que a doença é sempre a mesma e a diferença é somente o grau de cada paciente, no estrabismo cada milímetro e detalhe do quadro são importantes.
"Tem gente que tem estrabismo e enxerga normal, tem gente que acaba com a visão mais baixa em um dos olhos, tem gente que não tem visão 3D. Existem casos em que o paciente desde pequeno não trabalhou o olho com estrabismo e assim não desenvolveu corretamente as vias neurológicas para receber os sinais daquele olho, o cérebro não reconhece a visão daquele olho da mesma forma," diz Aoki. O último costuma ser o evento em que tampões são usados no início do estrabismo no olho bom, para que o olho prejudicado trabalhe mais e se iguale.
Quando o estrabismo aparece depois de adulto a pessoa pode ficar com uma visão dupla insuportável. O cérebro não sabe receber visões tão distintas e o paciente fica confuso, desorientado e a cirurgia traz alívio para essa tensão.
"Mas tem quem faça só por estética e ainda assim o ganho é importante. Estudos mostram que pessoas estrábicas têm mais dificuldades em serem aceitas em empregos e demoram mais para casar, a cirurgia muda o tipo de abordagem," afirma Faria.
Como é a cirurgia?
A operação visa deixar os olhos o mais alinhado possível e para isso é feita uma intervenção nos músculos. "Podemos mexer nos seis músculos de cada olho que são responsáveis pelo movimento, tudo depende se o olho precisa vir mais para esquerda, direita, cima, baixo," explica Faria.
Os oftalmologistas abrem uma membrana que protege os músculos dos olhos e enfraquecem ou fortalecem tais músculos, depois fecham a membrana e pronto. "Se precisamos enfraquecer um músculo, para o olho ficar mais solto nessa direção, mudamos o local de inserção no olho. Se precisamos fortalecer, tiramos um pedaço e o músculo fica mais curto e forte," continua Faria.
Parece agressivo, mas vale lembrar que é algo pequeno e estamos falando em enfraquecer ou fortalecer milímetros de músculo.
Não é preciso ter receio do pós-operatório. Na primeira semana os sintomas podem se assemelhar aos de uma conjuntivite, com o branco dos olhos ficando vermelho, inchaço e incomodo, mas sem dor forte. O resultado já aparece.
É recomendado repouso para evitar batidas nos olhos, nada de futebol, por exemplo, e não se deve mergulhar, mas está liberado estudar, trabalhar e ver televisão ou mexer no celular (com parcimônia). Com o tempo os olhos se adaptam.
A má notícia é que não se sabe ao certo por que, mas alguns casos podem regredir após a operação. "Não é comum, mas o estrabismo volta sem explicação, ou inverte, costumava ser para esquerda e vai para direita, é preciso acompanhar como o músculo se comporta," conclui Aoki.
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