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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Nove táticas para aliviar a coceira e a irritação causadas pela candidíase

A candidíase geralmente é causada por um fungo e gera coceira, irritação e inchaço na região genital - iStock
A candidíase geralmente é causada por um fungo e gera coceira, irritação e inchaço na região genital Imagem: iStock

Diana Cortez

Colaboração para o UOL VivaBem

07/02/2019 04h00

Na temporada mais quente do ano, uma doença oportunista e muito incômoda costuma atrapalhar o dia a dia das mulheres: a candidíase. Causada na maioria das vezes pelo fungo Candida albicans, ela apresenta sintomas como coceira intensa e irritação na região genital, além de corrimento esbranquiçado, inchaço, vermelhidão local e, algumas vezes, ardência para urinar.

A Candida albicans existe naturalmente em nosso organismo, no intestino, na vagina e até na superfície da pele. Em situações de desequilíbrio, o fungo se coloniza, levando ao problema principalmente na vulva e na vagina. "Por ser quente e úmida, a região é propícia para a Candida se desenvolver, gerando um processo infeccioso, inflamatório e alérgico que deixa o local muito sensível", explica Silvana Quintana, professora associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP (Universidade de São Paulo).

Vários fatores podem causar esse desequilíbrio, entre eles a baixa imunidade e o uso de antibióticos. "O medicamento elimina as bactérias do organismo, inclusive as da flora vaginal —que beneficiam o trato ginecológico —, predispondo a região ao problema", explica Gutemberg Almeida, diretor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Alterações do pH da vagina, que quando fica mais ácido do que o normal facilita a colonização do fungo, também podem favorecer o quadro.

Como aliviar a coceira e irritação?

Logo que os sintomas começarem, a paciente deve ir ao médico para obter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento, que consiste em usar medicamentos tópicos (cremes vaginais) ou via oral. Além disso, algumas medidas são recomendadas para minimizar os incômodos:

1 - Evite roupas apertadas

"Elas abafam a região genital, que já é quente e úmida, tornando o ambiente ainda mais propício para o fungo", explica Isabel do Val, professora associada de ginecologia da Universidade Federal Fluminense, responsável pelo setor de doenças do colo uterino, vagina e vulva. Portanto, procure manter a área arejada usando roupas leves.

2 - Procure não coçar

Lembre-se que a área já está inflamada, portanto coçar só vai aumentar o desconforto, fora o risco de se machucar. Daí a importância de iniciar rapidamente o tratamento para acabar com os sintomas.

calcinha, roupa íntima - iStock - iStock
Lave suas calcinhas com sabão neutro, que são livres de substâncias que podem irritar ainda mais a região íntima
Imagem: iStock

3 - Prefira calcinha de algodão

Tecidos sintéticos também deixam a região da vulva ainda mais quente e úmida, pois muitas vezes não absorvem o suor. Por isso, escolha modelos de algodão para usar no dia a dia. Elas também são as melhores opções para as mulheres com predisposição a alergias. E durma sem calcinha para deixar a área arejar durante as horas de sono.

4 - Lave corretamente as roupas íntimas

Muitas marcas de sabão em pó possuem na fórmula substâncias que podem causar alergia e irritar ainda mais a região genital, que já está inflamada e sensível por conta da candidíase. Por isso, o ideal é lavar as peças apenas com sabão neutro, enxaguá-las bem e secá-las ao sol.

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5 - Depois de evacuar, lave com água e sabonete

Essa medida vai ajudar a evitar uma nova contaminação pelo fungo que está presente em maior quantidade no intestino e, inclusive, nas fezes. "Carregar lenços para higiene íntima na bolsa é uma saída para fazer a limpeza caso a mulher evacue fora de casa e não tenha como se lavar", indica Quintana. A higienização com água não é necessária depois de urinar e pode até piorar o quadro ao deixar a região úmida demais. Nesse caso, o uso de papel higiênico é suficiente.

6 - Não fique com biquíni molhado por muito tempo

Como o fungo gosta de um ambiente quente e úmido, manter o tecido molhado pode piorar o problema. Além disso, o sal da água do mar pode irritar ainda mais a região que já está sensível.

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O fungo causador da candidíase gosta de lugares quentes e úmidos. Portanto, evite ficar com roupas molhadas por muito tempo
Imagem: iStock

7 - Cuidado com os absorventes

Os médicos em geral não recomendam o uso de absorventes diários. No entanto, caso a mulher opte por eles, é importante que escolha opções "respiráveis". "Esses tipos não têm plástico, por isso permitem que a região genital fique mais arejada", fala Quintana. E devem ser trocados assim que estiverem úmidos. Já os absorventes internos devem ser usados por cerca de quatro horas e, então, trocados. Se permanecerem por muito tempo, podem ser um meio de cultura para bactérias, o que prejudicaria ainda mais o quadro. O mesmo vale para os absorventes externos indicados para o período da menstruação.

8 - Mantenha a depilação em dia

Segundo Quintana, os pelos são um fator de proteção natural. No entanto, em excesso, podem dificultar a higiene por acumular resíduos e secreções. Por isso, a orientação do médico é mantê-los aparados. Mas se você optar por manter os pelos no corpo não tem problema, basta reforçar os cuidados com a higiene.

9 - Reduza o consumo de açúcares

Pessoas com diabetes ou que possuem predisposição a essa doença elevam facilmente o nível de açúcar do organismo, o que deixa o pH da vagina ainda mais ácido, facilitando a colonização do fungo da candidíase. Por isso, é importante ter uma dieta equilibrada com baixo consumo de carboidratos.

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