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Cientistas descobrem tratamento contra ameba comedora de cérebro

Ameba pode ser encontrada em lagos e zonas úmidas - Stock
Ameba pode ser encontrada em lagos e zonas úmidas Imagem: Stock

Emily Baumgaertner

Do New York Times

18/01/2019 04h00

Monstros comedores de cérebro são bem reais --eles espreitam em lagoas em grande parte dos Estados Unidos. Agora, os cientistas podem ter descoberto uma nova maneira de matá-los.

Minúsculas partículas de prata revestidas com drogas anticonvulsivas poderão um dia ser adaptadas para deter o Naegleria fowleri, um micróbio excepcionalmente letal que, entrando através dos seios faciais, se alimenta do tecido cerebral humano.

A pesquisa, publicada na revista Chemical Neuroscience, mostrou que medicamentos anticonvulsivos vinculados à prata podem matar as amebas, poupando as células humanas. Os cientistas esperam que a descoberta estabeleça as bases para uma cura rápida.

"Essa é uma infecção desagradável, muitas vezes devastadora, para a qual não temos grandes tratamentos", disse Edward T. Ryan, diretor da divisão de doenças infecciosas globais do Hospital Geral de Massachusetts, que não esteve envolvido na pesquisa. "O trabalho está claramente nas fases iniciais, mas é uma abordagem interessante."

As infecções com essas amebas são raras, mas quase sempre fatais. Desde 1962, apenas quatro das 143 vítimas conhecidas nos Estados Unidos sobreviveram, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Mais da metade de todos os casos ocorreu no Texas e na Flórida, onde os organismos microscópicos prosperam na água morna das lagoas.

"O caso clássico é o menino de 10 anos que vai nadar no verão e começa a ter dor de cabeça alguns dias depois", disse Ryan. A alimentação das amebas provoca meningoencefalite --ou inchaço do cérebro e tecidos próximos-- e muitas vezes é diagnosticada erroneamente.

"Em relação ao tratamento, os médicos normalmente tentavam de tudo", acrescentou ele.

Os pacientes geralmente recebem drogas antimicrobianas em doses extremamente altas para romper a barreira protetora do cérebro. Muitos sofrem efeitos colaterais graves.

"O maior desafio é encontrar uma droga que possa realmente atingir a região certa do cérebro", disse Ayaz Anwar, pesquisador da Universidade Sunway, na Malásia, que liderou o novo estudo.

"Precisamos de uma droga que possa enganar o corpo deixando-a passar - e sabemos que os remédios anticonvulsivos conseguem superar essa barreira."

Anwar e sua equipe a princípio trataram os micróbios com diazepam, fenobarbitona e fenitoína, três drogas anticonvulsivas já aprovadas pela Administração de Alimentos e Drogas dos EUA. As amebas se mostraram sensíveis.

Em seguida, os pesquisadores uniram os medicamentos a portadores microscópicos: partículas de prata de apenas 50 a 100 nanômetros de diâmetro, ou menos de um milésimo da largura de um fio de cabelo.

Em testes laboratoriais, cada uma das três combinações da droga com a prata diminuiu o número de amebas ao longo do tempo. O diazepam, em particular, foi pelo menos duas vezes mais eficaz quando combinado com a prata.

"Foi uma descoberta emocionante, certamente", contou ele.

Anwar disse que planejava testar a abordagem em modelos animais usando grilos, baratas e camundongos.

"É um primeiro passo importante na elaboração de possíveis tratamentos para uma condição difícil de tratar", disse Paul Sax, especialista em doenças infecciosas do Hospital Brigham and Women e da Escola de Medicina de Harvard. "Mas ainda está na fase da placa de Petri --há um longo caminho até a implementação."

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