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Nova terapia para tratar disfunção erétil com ondas sonoras funciona?

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Gabriela Ingrid

Do UOL VivaBem, em São Paulo

16/01/2019 20h14

Esqueça os famosos comprimidos azuis. Isso é o que promete uma nova alternativa de tratamento para a disfunção erétil que já está circulando por algumas clínicas brasileiras --e os especialistas dizem trazer resultados após apenas quatro sessões. O método funciona, porém, antes de se empolgar com a solução, é bom saber que mais estudos ainda são necessários para comprovar sua eficácia em longo prazo.

A terapia por ondas de choque extracorporal traz resultados basicamente por aumenta a circulação sanguínea local, que tem um papel importante na ereção. As ondas sonoras, que já são usadas contra as pedras nos rins, são aplicadas no pênis, mas em uma intensidade bem baixa.

Cada sessão tem duração de 8 a 12 minutos. "O número de aplicações depende do paciente, da condição clínica e física e também da idade. Geralmente, os primeiros resultados são sentidos após quatro sessões e é recomendada uma visita médica duas vezes por semana, pelo menos, para o acompanhamento do processo de tratamento", explica Emilio Sebe Filho, cirurgião urologista especializado em rins, próstata e prótese e fundador da rede de clínicas Lifemen, que fazem o procedimento no Brasil.

Mais estudos ainda são necessários

O uso das ondas sonoras como opção de tratamento para a disfunção erétil ainda é motivo de discussão entre urologistas pelo mundo. Enquanto a Sociedade Europeia de Medicina Sexual divulgou uma nota aprovando seu uso, a Sociedade Americana de Medicina Sexual não aceita a eficácia desse método. O argumento do órgão dos Estados Unidos é que a literatura sobre o procedimento ainda é baseada em uma série de casos e não em uma comprovação científica real.

"Os estudos que existem sobre essa terapia se baseiam em casos de pacientes com problemas de ereção. Os cientistas compararam homens que fizeram seções da terapia com outros que não fizeram. É válido, mas não serve como uma prova robusta e científica de eficácia, principalmente em longo prazo", diz Carlos Da Ros, coordenador geral do Departamento de Sexualidade e Reprodução da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

De acordo com Da Ros, a opinião da SBU é que não há como dizer que o método não funciona, pois existem os estudos de casos, mas, ao mesmo tempo, não é possível cravar que funciona.

"Os estudos existentes têm metodologias diferentes, aplicações diferentes, máquinas diferentes, não há uniformidade no método, assim como não se sabe as taxas de segurança em longo prazo", diz ele. "De qualquer forma, teoricamente, não foram registrados problemas provenientes do procedimento. É tudo teoria, mas se o paciente quiser fazer mesmo assim, não há contraindicações."

Tratamento deve ser feito na fase inicial

É claro que, para tratar a disfunção, o acompanhamento médico é indispensável para a investigação, diagnóstico e discussão sobre as opções mais indicadas para cada caso.

Tradicionalmente, primeiro são indicadas mudanças comportamentais para melhorar o problema. Elas incluem reduzir o peso, fazer atividades físicas e/ou controlar doença de base e hormônios. No caso da aplicação da terapia de ondas sonoras, ela deveria ser aplicada justamente entre essa fase inicial e a manipulação da droga oral. 

"Isso porque a terapia não é para remediar o problema e, sim, curá-lo", diz Da Ros. Se ela não funcionar, aí sim são indicados os medicamentos, em seguida as injeções penianas e, por fim, as próteses penianas. "O tal do 'choquinho' é ideal para o jovem, diabético inicial, que faz o controle da doença só com dieta e atividade física. Ele não vai funcionar para o cara que tem 70 anos, é cardiopata e diabético crônico".

Seja qual for a decisão do médico e do paciente, a alternativa é atraente e inovadora, principalmente se colocarmos em pauta que a disfunção erétil afeta cerca de metade dos homens com mais de 40 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.

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