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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Quem tem hérnia de disco pode fazer atividade física?

A hérnia de disco provoca dores nas costas e pode comprometer não só a atividade física, como também tarefas do dia a dia - iStock
A hérnia de disco provoca dores nas costas e pode comprometer não só a atividade física, como também tarefas do dia a dia Imagem: iStock

Amanda Preto

Colaboração para o UOL VivaBem

11/01/2019 04h00

Para quem gosta de praticar esportes, poucas coisas são tão ruins quanto ter de parar de fazer atividade física por causa de uma lesão ou problema de saúde.

Entre as diversas condições que costumam impedir as pessoas de treinar estão os problemas de coluna, que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) 80% da população tem ou terá em algum momento da vida. A hérnia de disco é um deles e incomoda bastante gente, pois causa algumas limitações que precisam de muita atenção, principalmente para quem tem uma vida ativa.

O que é a hérnia de disco

Antes de tudo, é preciso entender como o problema se desenvolve. A hérnia é o deslocamento dos discos localizados entre as vértebras da coluna. "Eles têm a função de amortecimento e suporte. Possuem uma espécie de moldura fibroeslástica que armazena um conteúdo 'gelatinoso'. Com o passar dos anos, essa moldura tende a ceder, porque perde parte de sua capacidade de contenção. Aí, o conteúdo interno gelatinoso pode se deslocar, formando a hérnia de disco", explica Christina May Molan de Brito, fisiatra e coordenadora médica do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP). 

Entretanto, esse mal não está restrito apenas a pessoas com idade mais avançada. O problema tem muito a ver com questões genéticas e estilo de vida --sedentarismo, má postura no trabalho e ao andar, por exemplo. "Alguns pacientes jovens podem ter uma instabilidade entre as vértebras que geram maior desgaste do disco, causando a hérnia. Essa instabilidade ocorre por várias razões: a pessoa pode nascer com uma alteração anatômica ou fragilidade de ligamentos. Outro fator é o tabagismo --a maioria das pessoas jovens com hérnia de disco fuma", afirma Fellipe Savioli, médico ortopedista especialista em medicina esportiva e pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). 

Os casos de hérnia de disco tendem a se manifestar na região cervical (do pescoço) e na lombar (área mais baixa das costas). 

O problema pode provocar dores, queimação e outros tipos de incômodo na região --inclusive em outros lugares das costas, devido à irradiação. "As hérnias apresentam quadros clínicos muito diversos. Casos mais graves podem alterar a sensibilidade nas pernas ou diminuir a força dos membros inferiores, comprometendo não só a execução da atividade física, como também de tarefas mais simples", explica Savioli.

Mas dá para continuar com a atividade física?

Para quem ainda não está em tratamento, o indicado é não praticar exercícios de alto impacto (corrida, saltos) e/ou que gerem sobrecarga na coluna (como agachamento, stiff, abdomnais) até que se obtenha um diagnóstico preciso e liberação médica. Mas, lembre-se: a melhor recomendação sempre é aquela que vem de profissionais.

Portanto, caso suspeite de hérnia de disco, vá a um ortopedista, que solicitará os exames necessários para descobrir se há algum problema e o que pode ser feito para tratá-lo de forma segura e individualizada. Evite suposições e nada de se automedicar e seguir com a rotina de treinos sem saber o que há com você

Tratamento convencional e paciência

Quando há dor, o tratamento costuma envolver o uso de medicamentos e fisioterapia. "Analgésicos e anti-inflamatórios são mais indicados na fase inicial, mas há situações em que se ministram opioides, dependendo da intensidade do sintoma", alega Savioli, que cita a acupuntura, cinesioterapia (exercícios terapêuticos), termoterapia e eletroterapia como formas de tratamento nas sessões de fisioterapia.

"Cada paciente responde de uma forma diferente ao processo. Portanto, tudo precisa ser personalizado", reitera. O tempo de tratamento é relativo, mas dura aproximadamente seis semanas. Se não houver piora no quadro, o profissional deverá avaliar se cabe intervenção cirúrgica. 

A hora de voltar a incluir o exercício na rotina

Passada a etapa inicial do tratamento, que consiste no controle e na melhoria das dores, entra a atividade física. Pilates tradicional, em suspensão, ioga, musculação e RPG com orientação profissional são ótimas opções para fortalecer o corpo e reabilitá-lo. 

"Geralmente recomendamos exercícios para dar força aos músculos estabilizadores da coluna (o 'colete muscular') e alongamentos para prevenir e tratar de retrações", sugere Brito. "Ao contrário do que muitos pensam, a natação, ainda que seja um esporte muito saudável, não favorece a coluna (salvo o nado de costas). Já a marcha subaquática e o deep running são boas alternativas", acrescenta.

E fazer spinning, pode? Sim, mas tenha cuidado com movimentos bruscos, como pedalar em pé. O melhor é começar com um pedal leve até que seu médico libere para atividades mais intensas. Ao fazer bike ergométrica, dê preferência a um equipamento horizontal, com bom apoio lombar. 

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Fontes: Christina May Moran de Brito, fisiatra e coordenadora médica do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP); Fellipe Savioli, médico ortopedista do esporte, pós-graduado em medicina esportiva e pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista pela SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício).