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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Treinar em grupo é melhor do que sozinho? Veja prós e contras

Treinar em grupo tem muitos benefícios, mas pode atrapalhar os resultados de quem possui um objetivo muito específico - iStock
Treinar em grupo tem muitos benefícios, mas pode atrapalhar os resultados de quem possui um objetivo muito específico Imagem: iStock

Marcelle Souza

Colaboração para o UOL VivaBem

09/01/2019 04h00

Muitas pessoas aproveitam o início do ano para adotar hábitos mais saudáveis e começar a fazer exercícios. Aí, como tem muita gente motivada a praticar atividade física e não falta companhia para malhar, é comum bater a dúvida: é melhor treinar sozinho ou acompanhado?

Se fosse possível dar uma resposta única para essa pergunta, os especialistas diriam que é melhor fazer exercícios em grupo do que treinar sozinho. Isso porque várias pesquisas já mostraram que interagir com outras pessoas melhora a sensação de bem-estar, reduz o estresse e desperta mais motivação entre os praticantes de uma atividade física

O problema é que as pessoas têm diferentes objetivos (perder peso, ganhar resistência, hipertrofia, saúde etc.), nível de condicionamento e dificuldades (de executar certo movimento, lesões...) no treino. Isso significa que só um programa de exercício individual pode dar conta totalmente das suas especificidades. Mas o que fazer então? Analisar os prós e contras e decidir o que é melhor para você. 

Os benefícios de treinar em grupo

Não dá para negar que ter companhia torna a atividade física mais prazerosa, em que é possível contar com apoio quando algo parece muito dolorido ou difícil, ficar motivado a superar seus limites para acompanhar o grupo ou simplesmente sair de casa mais animado, no caso de quem acha um saco ir para a academia. 

Em uma pesquisa australiana, 69 estudantes podiam escolher entre um programa de exercícios em grupo ou individual. Após 12 semanas, os que optaram pelo treino coletivo relataram melhoras no bem-estar mental (de 12%), na aptidão física (em 24%), na estabilidade emocional (em 26%), além de uma redução de 26% nos níveis de estresse percebidos. Por outro lado, os que ficaram sozinhos só viram mudanças no bem-estar mental (melhora de 11%). Os resultados foram publicados no periódico Journal of American Osteopathic Association.

"Em geral, as aulas em grupo são melhores porque são mais gostosas, as pessoas se sentem mais motivadas e a presença de outros indivíduos melhora a resposta de prazer. Por conta disso, os alunos conseguem treinar melhor", diz Flávio Pires, professor da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo), onde coordena o GEPsE (Grupo de Estudos em Psico-fisiologia do Exercício). 

As pesquisas mostram que não se trata apenas de bem-estar. Um estudo publicado no periódico Journal of Social Sciences aponta que os resultados obtidos também podem ser melhores quando você tem companhia. Para a análise, realizada por um grupo da Universidade Santa Clara (EUA), 91 estudantes foram divididos em três grupos: os que pedalaram sozinhos, os que andaram de bicicleta com um grupo de alta performance e, o terceiro, com pessoas de baixa performance. Os resultados mostraram que pedalar ao lado de pessoas mais aptas fez com os indivíduos tivessem melhor desempenho

Vale citar que outro estudo, publicado na revista científica Obesity, descobriu que as pessoas com excesso de peso tendem a emagrecer se passam tempo com seus amigos mais magros

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Por falta de condicionamento físico, algumas pessoas têm dificuldade de acompanhar o ritmo do treino coletivo
Imagem: iStock
O treino coletivo tem pontos negativos

Apesar das vantagens listadas, os treinos em grupo não são para todo mundo, já que eles não conseguem atender às especificidades de saúde e condicionamento físico de cada um. É preciso ainda levar em conta questões de personalidade e gosto, já que muita gente pode se sentir envergonhada nesses espaços. 

"Em uma aula coreografada, de dança ou estepe, por exemplo, o aluno que nunca fez, que não sabe dançar nada, pode ter mais dificuldade e se sentir intimidado se o grupo estiver afinado. Por outro lado, há quem se sinta desafiado, veja motivação em se exercitar com outras pessoas", diz Eliane Dana Ramos, mais conhecida como "Batata", professora de aulas coletivas da Cia Athletica Anália Franco.

A professora Giuliana Moreira, da Competition Training Gym, explica ainda que alunos sedentários devem ter mais cuidado antes de começar uma aula em grupo, pois não têm condicionamento físico para acompanhar o ritmo do grupo. "Tudo vai depender da modalidade de aula, mas às vezes é necessário um fortalecimento em um treino individual antes de uma aula coletiva específica, como um circuito funcional", diz.

Desse modo, o primeiro passo é saber se você está apto a fazer determinados movimentos, se há limitações físicas e se o seu quadro de saúde permite aquela prática, o que só é possível a partir de um exame individualizado. Confira seis exames médicos que é importante fazer antes de começar a treinar.

Unir treinos coletivos e individuais é uma boa

Outro ponto importante é entender e discutir com o seu educador físico qual é a melhor estratégia para alcançar o objetivo esperado. Se o foco for emagrecer, por exemplo, não adianta ficar só nas aulas aeróbias. Isso porque fazer musculação ajuda na prevenção de lesões e aumenta o gasto de energético. Do mesmo modo, não é indicado fazer apenas circuito, pedalar ou correr em grupo se o objetivo é melhorar a resistência. 

Nesses dois exemplos, uma boa opção podem ser os treinos cruzados, que associam os benefícios de aulas em grupo e individuais. 

"Esse é um treino completo, porque em grupo as pessoas se desafiam, a energia é melhor; enquanto individualmente é possível direcionar o treino para sanar as necessidades do aluno, como superar uma dificuldade de execução de movimento, um encurtamento, melhorar o nível de condicionamento físico", diz Batata. 

Nesse sentido, Giuliana Moreira dá o exemplo de um aluno que já tem um bom condicionamento físico e deseja potencializar seus resultados na academia: "Segunda, quarta e sexta, ele faz o treino individual, mais focado no desenvolvimento da força e do ganho muscular. Na terça e quinta, pode fazer treino de circuito coletivo, que tem a característica de ser mais dinâmico e proporciona bom gasto calórico e estímulo cardiovascular", diz.

É para todo mundo?

Há um grupo que não vai se beneficiar dessa associação entre as aulas coletivas e treino individual. São pessoas que têm objetivos muito específicos, como melhorar a hipertrofia, fortalecer um grupo muscular específico ou atingir determinadas marcas de tempo ou distância na corrida, por exemplo. 

Na primeira situação, as aulas em grupo podem acabar causando perda de massa muscular, enquanto no segundo caso, a demanda não vai ser atendida, e no terceiro, dependendo do perfil, a interação pode acabar distraindo aluno ou fazendo com que ele tenha que diminuir o ritmo para acompanhar os demais

"As aulas em grupo nem sempre servem para todo mundo. Se você tiver um objetivo mais específico e quiser alcançá-lo de forma eficiente, é preciso procurar uma orientação personalizada para isso", diz o professor da USP.

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