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São Silvestre não é uma prova de rua, é uma celebração de corredores

Jorge Corrêa, editor do UOL Esporte, durante a São Silvestre - Foco Radical
Jorge Corrêa, editor do UOL Esporte, durante a São Silvestre Imagem: Foco Radical

Jorge Corrêa

Do UOL, em São Paulo

01/01/2019 11h55

Quem tem o costume de correr está sempre tentando melhorar seu tempo, baixar seu ritmo (ou pace, para os iniciados), em busca de pequenas metas. Mas isso não vale para a São Silvestre. A mais tradicional corrida de pedestres do Brasil não é uma simples prova de rua, é uma celebração para os corredores, uma festa, uma catarse.

A maioria das pessoas que vai para a Avenida Paulista não quer saber em quanto tempo vai terminar prova, quer curtir cada metro de rua. É a chance de deixar para trás todos os problemas que ela teve durante um ano inteiro, deixar que a endorfina tome conta do corpo e que ela possa curtir a cidade de São Paulo por um ângulo em que ela dificilmente tem a chance nos outros 364 dias do ano.

A São Silvestre não são apenas os fantasiados que fazem sucesso durante a transmissão da Globo ou os quenianos e etíopes que ano sim e outro também vencem a corrida. É a pessoa que se preparou o ano inteiro para conseguir encarar os 15k de chão e a famigerada subida da Brigadeiro. É quem começou a correr esse ano e colocou a prova no último dia de 2019 como meta. É quem usa essa corrida para começar a correr de fato. É quem fez muitas provas durante o ano e agora quer relaxar. É quem juntou um dinheirinho para fazer dessa sua única prova do ano.

É essa heterogeneidade de público que faz da São Silvestre uma prova tão única - além de gigantesca, com seus 30 mil inscritos. Os gritos durante todo o tempo mostram isso.

Para mim, essa corrida foi uma superação pessoal por conta das dores nos dois joelhos que encarei durante todo o ano. Depois de emagrecer mais de 30kg em 2017, esse ano era para conseguir me manter em forma, mas tomei esse golpe ainda no primeiro semestre. Depois de exames e muita fisioterapia, coloquei a São Silvestre como meta.

Logo que retomei os treinos de corrida, as dores voltaram. Com menos intensidade, mas voltaram. Então, para sobreviver até esse dia 31 de dezembro, mudei de tática. Resolvi confiar no ano e meio de treinamento de corrida que tinha tido até então e foquei em outras modalidades. Para me manter em forma e com bom condicionamento, fiz por semana três treinos de remo, dois de musculação e 100km de bicicleta, além de elíptico para melhorar o gás.

Minha tática deu certo. Logo no começo encontrei um pace confortável e me mantive nele o tempo inteiro. Os primeiros 5k foram tranquilos, mas então o calor começou a pegar. Apesar de os relógios de rua marcarem 25oC, a sensação térmica passava dos 30oC. Quando cheguei nos 10k, meu corpo começou a dar sinais de desgaste, principalmente por conta da temperatura. 

Com 11,5k meus joelhos começaram a doer, mas aí já estava perto do fim, sabia que conseguiria terminar. Quando a subida da Brigadeiro apontou, senti que estava bem para correr até o final, sem precisar caminhar (o que muita gente ao meu lado fez). 

Nessa reta final, voltou a gritaria dos participantes. O sentimento de catarse voltou a tomar conta dos corredores. Quando viramos na Avenida Paulista para os metros finais, muitos gritavam "Chupa, Brigadeiro". Era exatamente essa a sensação. De dever cumprido. E não apenas pela corrida que estava acabando, mas parecia que o ano inteiro tinha ficado para trás.

A única coisa que conseguia pensar era: Pode vir 2019, estou pronto.

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