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Depressão de fim de ano: saiba como lidar com o problema

Será que você tem depressão de fim de ano? Sintomas são frustração, tristeza, ansiedade, vazio interno, perda de prazer e medo - iStock
Será que você tem depressão de fim de ano? Sintomas são frustração, tristeza, ansiedade, vazio interno, perda de prazer e medo Imagem: iStock

Daniel Navas

Colaboração para o UOL VivaBem

21/12/2018 04h00

Com a chegada do mês de dezembro, a grande maioria das pessoas passa a refletir sobre tudo o que fez —ou deixou de fazer — ao longo do ano e inicia a tão famosa criação de planos para os próximos doze meses. Além disso, surgem as diversas propagandas e imagens de amor e alegria nas redes sociais, vitrines de lojas, TV e revistas.

A união desses fatores podem servir como um gatilho para os sentimentos de frustração, tristeza, ansiedade, vazio interno, perda de prazer e medo: é a chamada depressão de fim de ano.

O problema pode atingir qualquer pessoa, mas aquelas que têm ou tiveram depressão ou ansiedade são mais suscetíveis e podem apresentar uma piora do quadro. Esse também é um período particularmente difícil para quem está lidando com conflitos familiares, situações de perdas afetivas, profissionais ou financeiras, já que pode aumentar a sensibilidade e tristeza.

Como lidar com a depressão de fim de ano?

Caso você esteja passando por algo semelhante, o primeiro passo para tentar se desvencilhar desses sentimentos é assumir que existe um problema e buscar uma conversa saudável com alguém de confiança. Pedir ajuda parece difícil, mas pode evitar danos maiores e auxilia-lo a ter mais clareza no que de fato está acontecendo.

Após isso, é importante buscar um profissional para ser orientado em como aliviar o sofrimento, além de ser feito um possível diagnóstico e conduzido para um tratamento medicamentoso ou não.

Também é indicado manter as rotinas normais para evitar estresse desnecessário, e isso inclui manter hábitos regulares de alimentação, sono e de exercícios, que são facilmente colocados de lado durante as festas. Quando as pressões de trabalho se acumulam e as obrigações sociais são incontáveis, rotinas saudáveis são geralmente a primeira coisa a cair no esquecimento. Além de aumentar o estresse, comer mal e beber excessivamente também pode exacerbar problemas como estresse, ansiedade e depressão.

Não faça comparações e mantenha a calma

Outra dica bastante importante é entender que não atingir uma determinada meta pode acontecer e isso é bastante normal. Dessa forma, nos preparamos emocionalmente caso algo negativo aconteça e também é uma forma de já se pensar em um segundo plano.

Evitar comparações da própria vida com o universo das redes sociais também ajuda. Afinal de contas, essa relação tende a ser distorcida e faz com que as pessoas se sintam mal a respeito de si mesmos.

Passar a noite de Natal ou Réveillon sozinho? Nem pensar! Isso só faz piorar os sentimentos ruins. E muita atenção aos hábitos. Manter uma alimentação saudável, dormir bem, praticar atividade física, controlar uso de álcool, inclusive nesse período de festas contribui para manter em dia a produção de serotonina, o hormônio do bem-estar.

É possível evitar a depressão de fim de ano

De que forma? Não criando metas inatingíveis ou impossíveis ao longo do ano. Focar em objetivos possíveis de serem conquistados, sem falsas expectativas. Essa é uma forma de se organizar para um novo período que não precisa acontecer apenas no final do ano e sim constantemente na vida.
O mais importante é sempre parar para pensar se está no caminho certo, mesmo muitas vezes não tendo a resposta exata para isso. Pensar em mudanças e perceber falhas no passado e não repetir as mesmas. Assim, você conseguirá olhar uma situação negativa como um propulsor para o futuro.

Fontes: Luciana Sarin, psiquiatra do programa de doenças afetivas (PRODAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Luiz Scocca membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Americana e Psiquiatria (APA); Higor Caldato, psiquiatra; Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo

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