Topo

Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Sexo na terceira idade: 10 dicas para idosos manterem a vida sexual ativa

iStock
Imagem: iStock

Bárbara Stefanelli

Colaboração UOL VivaBem

18/12/2018 04h00

É necessário perder a inibição e o preconceito ao falar de sexo na terceira idade. Idosos podem e devem ter uma vida sexual ativa e não há por que sentirem vergonha ou acharem que a prática é ousada demais para a idade

Os benefícios são inúmeros tanto para a saúde do corpo quanto da mente, proporcionando maior qualidade de vida e equilíbrio do sistema neuroendócrino. Abaixo, listamos informações que o ajudarão a tirar dúvidas e a quebrar esse tabu relacionado à sexualidade na velhice:

1. O tempo de ereção muda

Em primeiro lugar, é importante saber (e aceitar) que a relação sexual não continuará a mesma de quando se era jovem ou adulto. O corpo mudou e não tem mais o mesmo pique para aguentar maratonas sexuais ou penetração por muito tempo. Isso ocorre, principalmente, por conta da redução da testosterona e de outras questões de saúde, como obesidade e colesterol.

O tempo que o idoso consegue sustentar a ereção é menor. E o período de latência, aquele entre uma transa e outra, fica maior. Não dá para estipular uma média, porque isso vai de cada um. Muitas coisas mudarão durante a relação, mas nem por isso os homens devem deixar de tê-la.

Os homens notarão uma diminuição do volume ejaculatório. Às vezes, terão orgasmo sem estar com o pênis ereto ou não ejacularão. A sensibilidade na área genital, tanto no homem quanto na mulher, também terá certa redução.

2. Mulheres também sentem mudanças na penetração

As mulheres também têm as funções fisiológicas alteradas. Uma disfunção comum nelas é a dispareunia, dor na penetração ou na movimentação --seja porque a vagina não lubrifica ou vasculariza após a menopausa, porque tem queda do útero ou bexiga ou o pênis do homem (pouco ereto) dobra e leva à dor. 

Terapias mínimas de intervenção resolvem o lado da mulher. Creme de estrogênio tópico ou o próprio lubrificante ajudam. Para as mulheres que podem, é indicada a reposição hormonal, que leva a um aumento do desejo sexual.

3. Novas formas de prazer

No entanto, sexo não é só penetração. E os idosos podem, sim, resgatar a sexualidade de outras formas. Uma dica é o estímulo ou a massagem corporal. O parceiro toca o corpo do outro com um óleo e, aos poucos, vão descobrindo outras áreas tão interessantes quanto a genital. Masturbação ou sexo oral mútuo e o toque perianal também são alternativas. Assim, percebem que a rotina da penetração não é essencial para manter o desejo aceso. 

4. Uso de estimulantes sexuais

É preciso sempre consultar um médico, pois problemas cardíacos podem ser contraindicações para o uso desses medicamentos. Os remédios servem para quem tem problema de ereção leve a moderado. Se a questão é grave, dificilmente surtirá efeito. Se este for seu caso, não tome mais que o indicado na bula e procure a orientação de um profissional.

5. Pode transar depois de um infarto?

Não há porque temer fazer sexo após um episódio cardiovascular. Há muitos mitos sobre o esforço físico envolvido na atividade sexual. A verdade é que não é tanto, o esforço pré-orgasmo ou durante o orgasmo equivale ao que fazemos quando caminhamos em terreno plano a uma velocidade de 3 a 6 quilômetros por hora. Na dúvida, converse com seu médico.

6. Parar por um tempo pode ser pior

A parada da atividade sexual deteriora o órgão, já a retomada leva a pessoa a ficar melhor em todos aspectos. O sexo, do ponto de vista neurocerebral, faz bem para o corpo inteiro. O orgasmo causa uma descarga de endorfina, que causará efeito calmante e ainda é um potente analgésico, diminuindo eventuais dores no corpo do idoso. 

7. Valorize a intimidade

Desde que não se perca o carinho e respeito, o casal sempre será ativo sexualmente. É recomendável que não se esqueçam do começo do relacionamento, quando a mulher era mais afetiva, e o homem, com um desejo incontrolável. O principal é entenderem que seus corpos tiveram alterações e que, juntos, precisam se adaptar. 

8. Acessórios sexuais são ótimos aliados

O casal não precisa ter vergonha de explorar este tipo de brinquedo. Se não quiserem ir a um sex shop, podem comprar online. A mulher pode se satisfazer com um vibrador (existem vários tipos) e o homem pode usar o anel peniano, que segura a ereção por mais tempo. Como a sensibilidade da área genital masculina fica reduzida, ele também pode usar o ovo masturbatório, que aumentará a sensação de prazer. 

9. Não deixe de usar preservativo

No Brasil, foi registrado um aumento de 29,4% no número de casos de HIV entre idosos de 2014 para 2015. Uma das explicações é que o homem não quer usar camisinha, para não perder a ereção, e assim acaba sendo contaminado. Além disso, os homens continuam sendo férteis e podem engravidar uma parceira sexual que também seja.

10. Saúde do assoalho pélvico

A saúde da região do assoalho pélvico --estrutura muscular na região da bacia, que serve para controle urinário, fecal e ginecológico -- garante a melhor qualidade sexual durante o envelhecimento. Ninguém quer chegar à terceira idade com incontinência urinária ou perdendo fezes durante o ato sexual. Portanto, existem exercícios para essa região do corpo que podem ser feitos desde a idade adulta.

Fontes consultadas: Alfredo Romero, diretor do Ibrasexo (Instituto Brasileiro para Saúde Sexual); Mario Moska, geriatra do Hospital São Luiz (SP) e Mirca Ocanhas, fisioterapeuta e sexóloga do ProSex (serviço oferecido pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em SP).

SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube