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Hipnoterapia pode aliviar sintomas da síndrome do intestino irritável

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Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

24/11/2018 10h35

A hipnoterapia pode ser uma nova opção de tratamento para a síndrome do intestino irritável, de acordo com um novo estudo publicado no periódico The Lancet Gastroenterology & Hepatology, na quinta-feira (22).

O distúrbio intestinal é uma condição persistente e difícil de tratar, com sintomas que podem afetar seriamente a qualidade de vida, incluindo dor abdominal, inchaço, diarreia e constipação. O tratamento é feito por meio de cuidados individuais e paliativos, mas podem não ser bem-sucedidos. O estudo atual, o maior já feito sobre o tema até então, mostrou que intervenções psicológicas, especialmente a hipnoterapia, podem ser eficazes.

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A pesquisa recrutou 354 adultos com idade entre 18 e 65 anos. Todos tinham a síndrome. Eles receberam cuidados primários por médicos e especialistas entre 2011 e 2016. Depois, foram divididos em grupos que receberam cuidado e suporte tradicional ou fizeram sessões de 45 minutos (individuais ou em grupo) de hipnoterapia duas vezes por semana durante seis semanas.

A hipnoterapia foi realizada por psicólogos que foram treinados a desenvolver uma técnica de visualização positiva durante a qual os pacientes receberam sugestões sobre como eles poderiam ganhar controle sobre o sistema digestivo para reduzir as sensações de dor e desconforto. Os pacientes também receberam um CD para que pudessem praticar exercícios de auto-hipnose em casa por 15-20 minutos todos os dias.

Os voluntários foram avaliados sobre o nível de gravidade dos sintomas, qualidade de vida, sintomas psicológicos, os custos de cuidados de saúde e ausência de trabalho no início do e imediatamente após o tratamento (três meses) e, novamente, nove meses mais tarde, bem como o alívio dos sintomas imediatamente após o tratamento e nove meses depois.

Os resultados mostraram que, imediatamente após o tratamento, os participantes dos grupos de hipnoterapia relataram alívio positivo em taxas substancialmente mais altas do que aqueles que receberam cuidados de suporte educacional, e esses benefícios persistiram por nove meses após o término do tratamento.

Melhorias na qualidade de vida, queixas psicológicas, cognitivas e reduções nos custos médicos foram semelhantes entre os grupos.

No geral, a hipnoterapia foi bem tolerada. Oito reações adversas sérias e inesperadas (seis no grupo de hipnoterapia individual e duas no grupo de hipnoterapia do grupo) foram relatadas, principalmente câncer e doença inflamatória intestinal, mas não foram relacionadas à hipnoterapia.

Embora os resultados sejam promissores, os autores afirmam que mais pesquisas serão necessárias para testar o número ideal de sessões de hipnoterapia, o efeito que as expectativas de pacientes podem ter sobre o resultado do tratamento e a medida em que os resultados são influenciados pelo psicológico do paciente.

"Nosso estudo indica que a hipnoterapia poderia ser considerada uma opção de tratamento para pacientes com a síndrome, independentemente da gravidade dos sintomas e o subtipo do distúrbio", diz Carla Flik, que liderou a pesquisa. "Também é promissor ver que as sessões em grupo são tão eficazes quanto as individuais, o que pode significar que mais pessoas poderiam ser tratadas a um custo menor, caso isso seja confirmado em estudos posteriores".

De acordo com Flik, os cientistas ainda não sabem exatamente como a hipnoterapia específica para problemas no intestino funciona, mas que ela pode mudar a mentalidade dos pacientes e os mecanismos de enfrentamento interno, permitindo-lhes aumentar o controle sobre os processos do corpo, assim como eles processam a dor e atividades do sistema digestivo.

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