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Desodorante íntimo inibe odor? É seguro e necessário usá-lo na vagina?

Os desodorantes íntimos dificilmente geram problemas, mas o odor da vagina é algo natural e não precisa ser disfarçado - PeopleImages/IStock
Os desodorantes íntimos dificilmente geram problemas, mas o odor da vagina é algo natural e não precisa ser disfarçado Imagem: PeopleImages/IStock

Giulia Granchi

Do UOL VivaBem, em São Paulo

19/10/2018 04h00

Os desodorantes íntimos (ou vaginais) são relativamente novos no mercado, mas vê-los nas prateleiras das farmácias já causou curiosidade em muitas mulheres.

Antes de falarmos de função do produto, é importante entender que a vagina não sua. No entanto, a região da vulva, que corresponde à área externa do aparelho genital feminino composta pelos pequenos e grandes lábios e a virilha, sim. Inclusive, produz mais suor que a região das axilas.

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Vale ainda lembrar a diferença entre essas estruturas, já que muitas mulheres acham que a vagina corresponde a todo o aparelho íntimo feminino, o que não é verdade. "A vagina é o canal tubular que conecta a vulva ao colo do útero e que está fechado quando a mulher não teve relação sexual. É um órgão que contém glândulas que produzem secreções, mas não possui glândulas sudoríparas (que liberam suor), como acontece com a área externa do corpo", explica Cidinha Ikegiri, médica ginecologista formada pela PUC-SP.

Agora, vamos ao produto que já está começando a se popularizar na mala da academia das mulheres. Sua principal função não é impedir o suor na região. "Ele não serve para melhorar a higiene ou para reduzir a transpiração, e sim para diminuir os odores. Em sua fórmula estão presentes substâncias que encapsulam as bactérias que causam o cheiro. Elas continuam vivas, mas não consegue exprimir o odor", afirma Renata de Camargo Menezes, médica ginecologista e especialista em medicina reprodutiva pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Ele pode gerar incômodos?

Os desodorantes íntimos geralmente são feitos com substâncias hipoalergênicas, que não devem provocar irritação e têm interferência mínima no bioma da pele. A ginecologista Regina Amarante, médica do Hospital São Camilo, reforça que o produto não altera a flora vaginal. "Ele não possui ação bactericida, diferentemente de alguns sabonetes íntimos."

No entanto, a utilização regular dos desodorantes pode mascarar possíveis infecções, por amenizar odores sinalizadores de doenças. Além disso, se o produto entrar em contato com a parte interna da região íntima, pode desequilíbrio o pH vaginal --o que prejudica as bactérias responsáveis pela proteção natural e faciltar a aparecimento de problemas. 

Devo usar? Tem jeito certo de aplicar?

Não há consenso entre os especialistas. Alguns dizem que não tem problema utlizar o desodrante íntimo e outros acreditam que o produto é desncessário. 

Para Menezes, o cosmético pode ser um aliado da mulher que vai ficar fora de casa por muitas horas, que vai sair da academia e ir direto para outro compromisso ou em dias muito quentes. Se você decidir pelo uso, a recomendação é aplicar o desodorante após o banho, somente na parte externa da região íntima e na virilha. Também é possível espirrar o produto na calcinha ou no papel higiênico e passar como um lenço umedecido. O ideal é que não seja utilizado mais do que quatro vezes por dia.

Já Ikegiri considera o uso desnecessário, pois o odor feminino é algo naturalEla reforça que existe uma questão cultural que faz com que muitas mulheres acreditem, erroneamente, que o cheiro vaginal é sinônimo de falta de higiene e deve ser disfarçado. "Uma prova disso é que nas farmácias encontramos uma infinidade de produtos para mascará-lo. Em contrapartida, não vemos produtos masculinos semelhantes."

Hábitos que ajudam no equilíbrio genital

Medidas simples, como o uso de sabonetes neutros e muita água, são suficientes para manter a saúde e o equilíbrio genital feminino. 

"Dormir sem calcinha ou usar as feitas de algodão, evitar o uso de calcas apertadas e do absorvente íntimo diário também ajuda a manter vulva e vagina frescas. Essas táticas devem ser adotadas para minimizar o risco das mulheres sofrerem com o desconforto do suor nesta região", indica Ikegiri.

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