Cientistas descobrem possíveis drogas para tratar câncer de mama agressivo
Um dos tumores mais agressivos e para o qual houve menos avanços no desenvolvimento de terapias nos últimos anos, o câncer de mama triplo-negativo ainda não conta com um tratamento específico e um agente que consiga combatê-lo. Mas dois novos estudos chegaram perto de possíveis terapias eficazes contra a doença.
A primeira pesquisa, desenvolvida por cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), constatou que uma proteína extraída de sementes de árvores da espécie Enterolobium contortisiliquum é capaz de inibir a migração e a metástase do câncer de mama triplo-negativo e de outros tipos de tumor, como o gástrico e o de pele (melanoma).
Maria Luiza Vilela Oliva, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa, isolou das sementes enzimas envolvidas em diversos processos biológicos e testou seus efeitos em alguns tipos de câncer, na tentativa de descobrir novos agentes que possam, se não curar, ao menos ajudar a entender a patologia dessas doenças, de acordo com ela.
As análises indicaram que, além de antitumoral, elas apresentam propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e antitrombótica. “O tumor, a inflamação e a trombose são patologias que estão de certa forma interligadas, porque às vezes o paciente com câncer pode morrer não por causa da doença, em si, mas em decorrência de um quimioterápico que pode levar ao desenvolvimento de uma trombose”, avaliou.
Uma pesquisa publicada no periódico Proceedings of National Academy of Sciences descobriu que a droga estradiol, já usada para tratamento do câncer de mama normal, também pode inibir o crescimento do triplo-negativo.
"Descobrimos que o estradiol, que normalmente estimula o crescimento de células cancerosas em tumores que expressam o receptor de estrogênio alfa, tem o efeito oposto no câncer de mama triplo negativo", diz John Hawse, biólogo molecular da Mayo Clinic.
No entanto, o estradiol só foi capaz de inibir o crescimento do câncer de mama triplo-negativo quando o receptor de estrogênio beta estava presente --o que ocorre em apenas 30% dos casos.
Quando o estradiol se liga ao receptor de estrogênio beta, explicam os cientistas, ele induz a secreção de uma família de proteínas chamadas "cistatinas". Elas inibem o crescimento do tumor e impedem a disseminação das células cancerígenas.
Em um futuro próximo, os pesquisadores planejam iniciar um ensaio clínico que testará a eficácia do estradiol no tratamento desse tipo de câncer.
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