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Cientistas descobrem por que ossos ficam mais fracos com a idade

Mudança nos níveis de moléculas importantes afeta diretamente saúde óssea  - Getty Images
Mudança nos níveis de moléculas importantes afeta diretamente saúde óssea Imagem: Getty Images

Do UOL VivaBem, em São Paulo

18/09/2018 20h29

Pesquisadores descobriram que, com o passar do tempo, ocorre uma mudança no nível de produção de duas moléculas, e isso pode prejudicar nosso esqueleto.

O que acontece exatamente é que aumenta a expressão de microRNA-141-3p, que é capaz de silenciar outras moléculas, enquanto ade SDF-1, que ajuda as células-tronco a "fazerem" ossos saudáveis, diminui.

Essa foi a primeira evidência em células-tronco mesenquimais de camundongos e humanos de que a mudança nada saudável acontece e que a correção resulta em uma formação óssea mais saudável. Os resultados do estudo foram publicados no Journal of Gerontology Biological Sciences.

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"Se você está com 20 anos e produz ossos ótimos, tem [nível baixo de] microRNA-141-3p nas células-tronco mesenquimais. Mas quando você tem 81 anos e produz osso mais fraco, possui muito mais delas", diz Sadanand Fulzele, bióloga óssea da Universidade Augusta, nos EUA.

Com esse dado, os cientistas notaram que restabelecer um equilíbrio entre as duas moléculas poderia ser uma nova estratégia para reduzir problemas associados à idade, como a osteoporose e a capacidade prejudicada de curar fraturar ósseas.

Como desvendaram o mistério?

Segundo o estudo, o SDF-1 tem uma infinidade de funções, incluindo ajudar as células-tronco mesenquimais a chegar ao lugar certo durante a formação e reparação óssea e proteger as células dos estragos do estresse oxidativo.

Sabendo do trabalho do SDF-1 na saúde dos ossos --e do fato de que ele diminui com a idade -- os pesquisadores se interessaram em descobrir como ele é regulado.

Eles logo suspeitaram de microRNA-141-3p, pois já sabiam que era a molécula responsável por suprimir um transportador de vitamina C, que também é importante para a saúde dos ossos e, sem "carregadores" suficientes, se acumula fora da célula e gera estresse oxidativo destrutivo.

Os cientistas também já haviam descoberto que o nível de microRNA-141-3p aumenta com o envelhecimento. Além disso, seus estudos com animais indicaram que o estresse oxidativo nas células-tronco mesenquimais diminui o SDF-1 e que a molécula sinalizadora poderia proteger essas células da morte por estresse oxidativo.

Juntando as peças, os pesquisadores concluíram que o estresse oxidativo alto eleva a expressão de microRNA-141-3p, o que, por sua vez, diminui o nível de SDF-1.

Tanto em testes com camundongos quanto com células-tronco mesenquimais humanas foram encontrados níveis baixos de microRNA-141-3p em células jovens, mas níveis triplicados em células mais velhas. Com os níveis de SDF-1 ocorreu exatamente o contrário.

Como parte do teste, os cientistas usaram um inibidor de microRNA-141-3p e observaram a melhora da função óssea. Com isso, eles sugerem que drogas inibidoras da tal molécula sejam usadas como uma forma eficaz de ajudar as células-tronco mesenquimais a permanecerem focadas em fazer ossos independentemente da idade ou outras condições. 

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