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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Você provavelmente deixou uma primeira impressão melhor do que imagina

Ficamos tão nervosos ao tentar agradar que não notamos os sinas de que o outro realmente gostou da gente - iStock
Ficamos tão nervosos ao tentar agradar que não notamos os sinas de que o outro realmente gostou da gente Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

13/09/2018 20h27

Quando você conhece alguém e faz um social, você deixa uma primeira impressão melhor do que pode imaginar, segundo um novo estudo publicado no jornal científico Psychological Science.

Nós temos uma constante preocupação em descobrir como as outras pessoas nos veem, é aquela coisa de sair de um encontro e ficar se questionando se te acharam interessante ou entediante, atraente ou não, egoísta ou altruísta...Mas se prender em tanta autocrítica pode fazer com que você perca os sinais para identificar se o outro gostou ou não de você.

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“Nossa pesquisa sugere que estimar com precisão o quanto um novo parceiro de conversa gosta da gente -mesmo sendo uma parte fundamental da vida social e que temos ampla prática- é uma tarefa muito difícil pra nós”, explicaram os envolvidos no artigo Erica Boothby, da Universidade de Cornell, e Gus Cooney, de Harvard.

Para entender melhor este comportamento do ser humano, os pesquisadores acompanharam alguns experimentos.

Em um deles, os cientistas formaram duplas com participantes que nunca tinham se encontrado na vida. A tarefa era papear por cinco minutos com perguntas típicas para quebrar o gelo, como de onde você é, quais seus hobbies.

Após o bate papo, os voluntários responderam um questionário no qual avaliaram o quanto eles gostaram do parceiro e o quanto achavam que o parceiro tinha curtido da conversa. Em média, as avaliações mostraram que os participantes julgavam que tinham gostado mais do parceiro do que o parceiro deles.

Sim, é aquele pessimismo de achar que você se apaixonou pela outra pessoa e ela te odiou porque você foi patético na conversa.

Vendo que a maioria dos participantes tiveram esse mesmo pensamento, os cientistas notaram que aquilo não fazia sentido: como duas pessoas na mesma conversa tinham a impressão que gostaram mais do outro e que não foram admirados?

As análises de gravações em vídeos sugeriram que os envolvidos no teste não estavam respondendo aos sinais comportamentais de seus parceiros, sem indicar interesse ou prazer.

Os cientistas explicam o fato dizendo que ficamos tão envolvidos em nossas próprias preocupações, sobre o que dizer ou como se portar, que acabamos perdendo os sinais que mostram que os outros gostaram da gente, o que quem observava o bate papo de fora notava imediatamente.

Também foram levadas em conta pesquisas com colegas reais de faculdade, que mostram que essa lacuna de afinidade estava longe de ser passageira e podia perdurar por vários meses.

"Quando se trata de interação e conversas sociais, as pessoas muitas vezes hesitam, incertas sobre a impressão que estão deixando nos outros e excessivamente críticas em relação ao seu próprio desempenho", disseram Boothby e Cooney. "Temos grande otimismo com o outro, mas um pessimismo surpreendente sobre nossas próprias conversas. Somos pessimistas e não queremos assumir que o outro pode gostar da gente antes de descobrirmos se isso é realmente verdade".

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