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Como Consegui

Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Ela driblou a falta de tempo, perdeu 27% de gordura e agora veste calça 38

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Thamires Andrade

Colaboração para o UOL VivaBem

13/09/2018 04h00

Com uma rotina atribulada devido ao trabalho e ao estudo, Géssica Andrade chegou aos 86 kg. Incomodada por usar manequim 46 e perder todas as roupas, resolveu mudar a dieta e ajustou a agenda para poder treinar. A seguir, ela conta como conseguiu:

"Sou de uma família de obesos. Meu pai está acima do peso e minha avó também. Ela até já teve problemas de saúde por ser diabética e hipertensa. Sempre fui gordinha desde que nasci. Lá pelos meus 13 anos, comecei a crescer e dei uma emagrecida. Como nessa idade já estava mais preocupada em manter o peso, fiz algumas dietas por conta própria mesmo, além de atividades físicas nas escola e aulas de ginástica e de caminhada na academia. 

Gessica antes e depois - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Adorava comer pães, massas, doces. Minha mãe era muito preocupada com a minha alimentação e sempre me estimulou e me ensinou a comer legumes e verduras. Então, acabava comendo muito de tudo: desde os saudáveis até as tranqueiras. Mas como eu fazia exercício e lá para os 16 anos entrei na musculação, no fim, eu acabava compensando as calorias ingeridas. Basicamente malhava para comer e não via meu corpo mudar

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Quando passei na faculdade de enfermagem mudei para o Rio de Janeiro. O curso era integral e parei de treinar. Também larguei mão da alimentação. Comecei a comer salgado e refrigerante da cantina. Nos últimos dois anos de graduação, voltei a malhar, mas nada do corpo retornar ao normal.

Eu me formei em 2014. Comecei a trabalhar como enfermeira no plantão noturno e decidi prestar medicina. Entrei no curso pré-vestibular e esse ano foi o mais difícil. Eu me alimentava muito mal, comia por ansiedade. No fim, engordei 10 kg em um ano.

Consegui arrumar tempo para treinar e fazer dieta quando entendi que essas coisas devem ser prioridade na vida

Comecei a segunda graduação em 2015 e a rotina virou aquela loucura: faculdade integral e plantões noturnos. Chegava em casa cansada e parei de cuidar de mim a ponto de começar a ficar depressiva. Perdi todas as minhas roupas. Lembro um dia que fui vestir uma calça 44 e ela estava muito apertada na barriga. Meu quadril estava enorme. Foi quando pensei: "O que estou fazendo comigo, se estou assim no primeiro ano da faculdade, imagina no último?".

Gessica biquini - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Em janeiro de 2016, tirei uma série de fotos para me estimular a mudar meu estilo de vida. Sou da área da saúde e sempre soube da importância de uma boa alimentação e da prática da atividade física. Na época, eu estava com 85 kg e vestindo 46. De início, fiz dieta por conta própria antes de buscar ajuda profissional. Adotei algumas medidas básicas, como cortar ou reduzir o consumo de refrigerante, frituras, industrializados, pizza, hambúrguer e doces. Passei a comer mais verduras, legumes e alimentos integrais e fiz algumas trocas. Exemplo: eu comia três pães franceses no café da manhã; primeiro diminui para um, integral; e depois troquei pela panqueca de aveia e banana.

Em abril, voltei para a academia e o que mais me estimulou foram as aulas de treino funcional em grupo. Adoro treinos coletivos, pois acho que são mais estimulantes. Depois retomei a musculação. Com as mudanças na alimentaçaõ que fiz por minha conta de alimentação e o início das atividades, meu já diminuiu para 75 kg.

Se em uma semana não tenho tempo para treinar, mantenho a alimentação regrada, pois isso é o mais importante para não engordar

Resolvi buscar uma nutricionista esportiva para seguir emagrecendo sem perder massa muscular. Ela falou que eu estava comendo pouco e fez uma dieta toda calculada para as minhas necessidades. Desde que iniciei o acompanhamento a mudança no meu corpo foi muito expressiva. Mudamos a dieta a cada dois meses e ela passava alguns suplementos, mas a preferência era pelos alimentos mesmo.
 

Gessica academia - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Aprendi muito com ela sobre alimentação e trocas. Passei a comer legumes e verduras diferentes e hoje prefiro muito mais raízes (mandioca, inhame, batata-doce) do que o tradicional arroz e feijão. Não acho mais tanta graça. Um outro benefício do estilo de vida mais saudável foi conseguir regular meu intestino. Tinha prisão de ventre e chegava a ficar cinco dias sem ir ao banheiro, com gases e enxaqueca. Hoje, minha saúde intestinal está perfeita, não tenho mais dor de cabeça e me sinto até mais ativa e disposta.

Quando comecei a dieta estava com 37% de gordura e agora tenho 10%. Pulei da calça 46 para a 38. Tudo porque sigo uma rotina de exercício e alimentação saudável. Quando estou em semana de provas, por exemplo, não consigo priorizar a academia. Mas mantenho a alimentação regrada, pois aprendi com a nutricionista que é o principal para manter o físico. Não tem essa de compensar.

Não considero mais que estou de dieta. Comer bem é a minha rotina, meu novo o estilo de vida

Claro que de vez em quando como coisas que não fazem parte de um cardápio saudável, mas são exceções e sempre tento programar essas escapadas. Não dá para ter uma exceção todo dia, né? Fora que não preciso mais comer um hambúrguer só porque é fim de semana. Como para nutrir o corpo e, por isso, não costumo ficar com vontade desses alimentos.

Antes eu dava como desculpa a falta de tempo para não me cuidar. Mas vi que me organizando é possível encaixar tudo. Mesmo com toda a correria, encontro tempo para treinar e preparar minhas marmitas, que me ajudam a me manter saudável e ainda economizar. Isso só foi possível quando eu parei de tratar os treinos e cuidados com a alimentação como algo extra e adotei como prioridade no meu dia.

Emagrecer é "fácil", mas manter o peso é difícil. Há quem diga que agora posso parar tudo por ter alcançado meu resultado, mas a realidade é que se eu fizer isso, vou voltar a engordar. A rotina saudável tem de continuar, assim como o psicológico para falar "não" para determinados alimentos.

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