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Consumo de tabaco e álcool aumenta risco de câncer de cabeça e pescoço

Tanto o tabaco quanto as bebidas alcoólicas apresentam algumas substâncias consideradas cancerígenas - iStock
Tanto o tabaco quanto as bebidas alcoólicas apresentam algumas substâncias consideradas cancerígenas Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

01/09/2018 11h20

O consumo de tabaco e bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de câncer de cabeça e pescoço. A afirmação foi feita por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Durante o trabalho científico, os especialistas acompanharam 3964 portadores de câncer de cabeça e pescoço e 3097 pacientes com outras doenças que não o câncer.

Os números indicam que os riscos decorrentes do tabagismo foram mais expressivos para câncer na hipofaringe (parte inferior da faringe, abaixo da epiglote). Especialmente, em indivíduos com padrão não exclusivo de consumo, ou seja, que consumiam mais de um tipo de tabaco.

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No consumo de bebidas alcoólicas foi observada maior associação do câncer de orofaringe (parte da garganta logo atrás da oca) ao consumo de bebidas destiladas, que apresentam teor alcoólico mais elevado. Já o uso conjunto de fumo e álcool aumentou sensivelmente o risco de qualquer tipo de câncer de cabeça e pescoço.

De acordo com Suely Sakaguti, uma das autoras do estudo, tanto o tabaco quanto as bebidas alcoólicas apresentam algumas substâncias consideradas cancerígenas. Segundo ela, graças às estratégias realizadas no Brasil, a prevalência do consumo de cigarro industrial tem diminuído, embora as pessoas o busquem em outras formas de apresentação, como charuto, cachimbo, narguilé e cigarros eletrônicos.

Já o consumo de álcool tem crescido, principalmente entre os jovens. Portanto, é necessário alertar a população sobre a relação entre o uso dessas drogas e possíveis agravos na saúde, para que as pessoas tenham consciência dos seus hábitos de vida.

O estudo foi epidemiológico caso-controle, no qual os cientistas partem da doença e retrospectivamente comparam entre grupos a proporção à exposição ao fator de interesse, no caso, álcool e tabaco. Esse método foi utilizado porque o câncer é uma doença genética, um acúmulo de mutações ao longo do tempo. 

Quando uma pessoa faz consumo de bebidas alcoólicas e/ou tabaco, substâncias cancerígenas entram em contato com o organismo. O corpo tem a capacidade de “biotransformá-las” e expeli-las. Mas isso depende de fatores genéticos que ajudam nessa eliminação. Quanto maior o consumo, maior a chance dessas substâncias se acumularem e se unirem a moléculas de DNA, que é o processo inicial da doença.

A chance é ainda maior para quem ingere álcool e tabaco em conjunto. A pesquisadora esclarece que, ao entrar no nosso organismo, o etanol se transforma em acetaldeído, considerado carcinogênico, além de facilitar a permeabilidade celular. Então, se a pessoa fuma e bebe, as substâncias carcinogênicas do fumo terão sua entrada facilitada pelo etanol. “O pontapé inicial ao câncer", afirma. 

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