Células imunes podem usar atalhos no corpo para combater inflamações
O sistema imune depende de um conjunto de ações complexas do nosso corpo, que envolvem a medula óssea. Ela pode ser encontrada dentro do crânio, das vértebras da coluna e outros ossos (da perna e do braço, por exemplo), e é responsável por produzir glóbulos vermelhos e alguns tipos de células do sistema imunológico, todos envolvidos no processo de inflamação, respondendo a lesões ou infecções.
Um estudo realizado por pesquisadores da Harvard Medical School (EUA) descobriu como o cérebro e a medula óssea se coordenam para garantir uma resposta imunológica rápida e direcionada. A novidade, de acordo com o artigo publicado na revista Nature Neuroscience, está em canais anteriormente desconhecidos que permitem que as duas partes do corpo se comuniquem
"Nós sempre pensamos que as células imunológicas dos nossos braços e pernas viajavam pelo sangue para o tecido danificado. Mas nossas descobertas sugerem que as células imunes podem tomar um atalho para chegar rapidamente a áreas de inflamação", explica Francesca Bosetti, cientista envolvida no estudo.
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Como o estudo foi feito
Inicialmente, os pesquisadores conduziram as análises em ratos. Após encontrarem resultados satisfatórios, eles replicaram suas descobertas em humanos, obtendo efeitos parecidos.
Usando técnicas avançadas de imagem óptica, eles rastrearam os movimentos dos neutrófilos, um tipo de célula imunológica que normalmente migra para lugares do corpo que sofreram lesão.
Especificamente, os pesquisadores poderiam descobrir se os neutrófilos que atingiram o tecido cerebral danificado como resultado de um derrame ou meningite foram liberados da medula óssea encontrada no crânio ou da medula óssea encontrada na tíbia (osso da canela).
Observando o cérebro de ratos, os cientistas descobriram que, durante um derrame, o tecido cerebral lesionado recebe neutrófilos do crânio, em vez da tíbia, na maioria dos casos.
O que isso sugere é que o tecido cerebral danificado e a medula encontrada no crânio têm um meio direto de "comunicação", que permite uma resposta imune rápida e direcionada do "respondende" mais próximo.
No futuro, os cientistas pretendem ver quais outros tipos de células podem se mover por desses canais recém-descobertos e descobrir mais informações sobre como essas pequenas passagens auxiliam a resposta imune.
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