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Corpo com ou sem pelo: a depilação é só estética ou uma questão de saúde?

Madonna já exibiu a axila peluda em imagem divulgada em sua página do Instagram - Reprodução/Instagram
Madonna já exibiu a axila peluda em imagem divulgada em sua página do Instagram Imagem: Reprodução/Instagram

Gabriela Ingrid

Do VivaBem

23/08/2018 04h00

Por mais estranho que pareça, chegamos ao ponto em que ter pelo na axila ou na virilha virou tema de discussão na mesa do bar. Não que as pessoas sejam obrigadas a prestar esclarecimentos se a depilação anda em dia, mas parece que haters de pelos andam soltos pelas ruas.

O argumento dos "antipelos" é simples: higiene. Há quem diga que deixar os fios crescerem é sinônimo de sujeira. Mas será que retirar os pelos do corpo é mais higiênico e ajuda a evitar problemas de saúde?

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Depilar ou não depilar, eis a questão

De acordo com a Carolina Sumam, médica pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), retirar os pelos da axila, da região pubiana ou de qualquer outra parte do corpo é uma opção da pessoa. “Não é uma questão de higiene e sim de estética”, destaca.

Teoricamente, os pelos servem para proteção da pele. Os que nascem na axila, no tórax, na barba e na virilha são respostas aos hormônios sexuais e protegem a pele e as glândulas locais. “Por isso, eliminar os fios pode causar infecções e irritações”, explica Sumam.

Os microtraumas provocados pela lâmina ou até pela cera também favorecem a penetração de micro-organismos no corpo. Essas bactérias e fungos podem causar foliculite --infecção dos bulbos em que o cabelo cresce, chamados folículos -- ou até verrugas virais, causadas pelo HPV quando a pele entra em contato com superfícies contaminadas.

Apesar dos possíveis riscos, não é preciso criar pânico da depilação. A ginecologista Silvana Maria Quintana, chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da  Universidade de São Paulo (FMRPUSP), explica que não existem estudos que comprovem que a retirada dos pelos da região íntima aumenta o risco de infecções.

Sumam concorda: “A remoção dos pelos interfere muito pouco no desenvolvimento de doenças, desde que você mantenha uma higiene adequada”.

Gigi Hadid para o calendário do advento da revista LOVE - Reprodução/Youtube - Reprodução/Youtube
Gigi Hadid posa para campanha sem depilar axilas
Imagem: Reprodução/Youtube

A ginecologista, inclusive, ressalta que aparar os pelos não traz prejuízos e a retirada do excesso pode até facilitar a higiene da região. O problema existe quando as mulheres retiram totalmente os fios pubianos. "Como médica, não indico a depilação completa, porque o pelo existe para manter a flora bacteriana saudável", diz Quintana. "Mas é óbvio que se a paciente se sentir bem em retirar os fios eu não contraindico. É uma opção dela."

Quintana lembra que antes era até comum depilar as mulheres grávidas antes do parto, porque acreditava-se que isso diminuía a taxa de infecções. "Mas depois vimos que retirar completamente os pelos aumentava ainda mais a contaminação. Hoje, só recomendamos que elas aparem os pelos."

A especialista ainda alerta que as pessoas não devem constatar que não ter pelos é mais higiênico, como aconteceu no caso da atriz Bruna Linzmeyer, criticada por deixar os pelos na virilha aparentes em uma foto publicada no Instagram (abaixo).

Tá, mas e o fedor de suor?

Em relação ao odor, realmente o pelo favorece a retenção de umidade na região, o que favorece a proliferação de fungos e bactérias que estão relacionados ao mau odor.

O cheiro, na verdade, não vem do suor em si, e sim das bactérias. Como esses bichinhos preferem lugares úmidos e até comem a água liberada pelo corpo, eles gostam de ficar mais nas axilas e na virilha --por isso que nesses lugares o odor costuma ser mais forte.

Como os pelos só abafam mais essas regiões do corpo ele, novamente, não tem relação com a higiene. Ou seja, se você tiver pelos na axila e na virilha e tomar banho, será tão limpo quanto alguém que passou pela sofrida cera.

E é bom lembrar que não necessariamente o mau cheiro tem a ver com a higiene. “Às vezes a pessoa tem uma boa higiene, mas possui alteração da flora bacteriana, tendo uma presença maior de bactérias e fungos que favorecem o mau cheiro”, explica Sumam.

A conclusão? Ter pelo ou não é uma questão de gosto e, sim, de estética.

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