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Sente cheiros que não sabe de onde vêm? Ciência finalmente tenta explicar

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Imagem: iStock

Do VivaBem

17/08/2018 11h42

Odores fantasma existem e os cientistas finalmente conseguiram explicar por que algumas pessoas sentem cheiros desagradáveis sem que exista uma origem para o fedor.

Publicado no periódico JAMA Otolaryngology na quinta-feira (16), o estudo analisou os dados de mais de 7.000 pessoas com mais de 40 anos, coletados entre 2011 e 2014. No questionário feito aos participantes estava a pergunta: "Você às vezes sente um cheiro desagradável, ruim ou de queimado sem saber de onde ele vem?"

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Os cientistas descobriram que, no geral, 6,5% das pessoas com mais de 40 anos experimentaram o odor fantasma, o que equivale a cerca de 1 em cada 15 pessoas.

O sentido de cheiro tende a diminuir com a idade, mas o oposto parece ser o caso de cheiros de fonte desconhecida. Cerca de 5% dos participantes com mais de 60 anos experimentaram o fenômeno, mas o número foi muito maior na faixa etária de 40 a 60 anos.

O estudo também revelou que o odor fantasma afetou as mulheres quase duas vezes mais do que os homens.

Quando os pesquisadores procuraram por fatores de risco em potencial, eles descobriram que o risco aumentou para pessoas com saúde geral ruim ou com nível socioeconômico mais baixo.

Este último fator de risco, sugerem os autores do estudo, poderia ser porque pessoas com um status socioeconômico mais baixo poderiam estar expostas a níveis mais altos de poluentes ambientais e toxinas. Eles também são mais propensos a ter outras condições de saúde e medicamentos que podem causar o odor fantasma.

Aqueles com boca seca tinham três vezes o risco daqueles que não tinham. Ferimentos na cabeça também aumentaram o risco, assim como pessoas que tiveram perda de consciência devido a uma lesão na cabeça. No entanto, lesões na face, nariz ou crânio sem perda de consciência não afetaram o olfato.

Além disso, os indivíduos que fumavam cigarros regularmente eram mais propensos a relatar o odor fantasma. O consumo geral de álcool não foi relacionado à sensação de cheiro, mas aqueles que beberam álcool em mais de três dias por semana tiveram algum risco, mesmo que baixo.

"Os problemas com o olfato são frequentemente negligenciados, apesar de sua importância”, diz Kathleen Bainbridge, que liderou o estudo. Segundo ela, eles podem ter um grande impacto no apetite, nas preferências alimentares e na capacidade de detectar sinais de perigo como fogo, vazamento de gás e comida estragada.

"As causas da percepção do odor fantasma não são compreendidas. A condição pode estar relacionada a células hiperativas sensíveis ao odor na cavidade nasal ou talvez um mau funcionamento na parte do cérebro que entende sinais de odor", diz Bainbridge.

A pesquisadora acredita que um bom primeiro passo na compreensão de qualquer condição médica é uma descrição clara do fenômeno. “A partir daí, outros pesquisadores podem formar ideias sobre onde procurar mais por possíveis causas e, finalmente, maneiras de prevenir ou tratar a doença."

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