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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Nilson deixou o pré-diabetes e a hipertensão para trás ao perder 63 kg

Nilson 3 - Arquivo pessoal
Nilson 3 Imagem: Arquivo pessoal

Thamires Andrade

Colaboração para o VivaBem

16/08/2018 04h00

Nilson Queiroz chegou a pesar 139 kg e não conseguia pisar na academia para praticar atividade física. Depois de uma série de problemas de saúde, resolveu recorrer à cirurgia bariátrica para emagrecer e hoje é fã de corrida e musculação. Veja como ele conseguiu:

"Toda minha família é de gordinhos. Eu comecei a ganhar peso na adolescência, e a partir dos 21 anos engordei para valer. Tudo por conta do desleixo. Nunca fui muito controlado com a alimentação, mas foi nessa época que comecei a exagerar nas porções. Se ia em um churrasco, comia até passar mal, nunca ficava satisfeito. Também sai de um trabalho que exigia esforço físico para um que ficava mais sentado e aí fiquei totalmente sedentário.

Nilson 1 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
A balança só subia. Aos 25 anos, cheguei a pesar 120 kg. Busquei um endocrinologista e tomei remédio para emagrecer. Perdi 15 kg e quando parei de tomar os medicamentos engordei 20 kg. Isso se repetiu várias vezes. Também tentei fazer algumas dietas e ir na academia. Mas a mudança brusca na rotina era muito estressante. Seguia por 20 dias, um mês, no máximo. Não me acostumava com os alimentos que a nutricionista passava. Voltava ao comer aos poucos o que gostava e logo a dieta não existia mais.

O mesmo acontecia com a atividade física. Hoje entendo o motivo. Não era fácil praticar exercício carregando 60 kg a mais do que o meu peso normal. Nem é só questão de preguiça, mas é o incômodo e estresse que isso gera no corpo. Acredito que essa é a razão de ser tão difícil para os gordinhos engatarem na atividade física.

Os motivos para querer emagrecer eram vários, mas os mais importantes e graves eram relacionados à minha saúde, que não era mais a mesma.

Não dormia nada bem. Meu colchão tinha um buraco por causa do peso. Estava pré-diabético, com pressão alta e dores na coluna e nas articulações

Além disso, tinha a questão da vaidade! Não encontrava mais roupa em um lugar nenhum. Estava vestindo 54. Não podia sentar em cadeira de plástico por medo de quebrar. Fora que sempre aparecia escondido nas fotos de casamento e aniversários. Minha autoestima não existia mais. Faltava mobilidade para atividades do dia a dia, como entrar em um banheiro que fosse pequeno. Todo o constrangimento somado com a saúde e a vaidade me fizeram pensar em buscar a bariátrica. Conhecia pessoas que fizeram e conseguiram um bom resultado.

Busquei uma boa equipe médica que tirou todas as minhas dúvidas sobre a cirurgia. Eles me explicaram que existiam pré-requisitos para operar, como estar com o IMC acima de 35, que era o meu caso, já que eu pesava 139 kg na época. Também passei por acompanhamento com nutricionista, endocrinologista, psicólogo, pneumologista e cardiologista. Fiz uma bateria de exames. Todos os profissionais precisavam dar o ok para que eu pudesse fazer a cirurgia.

Nilson 2 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Após a liberação, marquei a data e tive um acompanhamento intenso antes --tanto para emagrecer um pouco --quanto para entender todas as mudanças que aconteceriam. No dia da cirurgia estava com 128 kg. Depois do procedimento, fiquei seis meses sem passar fome, o que já foi um alívio para mim que não sabia o que era isso. Ao mesmo tempo também tive que aprender a comer, mesmo sem sentir fome, pois precisava de nutrientes.

A cirurgia afeta muito o estômago e é como se você voltasse a ser criança. No início, só podemos tomar líquidos, para depois seguir para uma dieta pastosa e só depois inserir os sólidos. Esse início você não sente fome, mas sente vontade de comer. Mas é preciso seguir as orientações da equipe corretamente para ter sucesso.

Além de seguir o plano alimentar, depois de 40 dias da cirurgia, fui liberado para fazer atividades leves. Comecei com caminhadas e depois passei para a corrida. Fiz a matricula na academia e já estava com 20 kg a menos quando comecei a praticar musculação. Tinha uma disposição que antes não possuía, até porque já estava mais magro. A cada semana que eu ia para a academia, via o peso na balança diminuir e comecei a pegar gosto. Hoje, malho até cinco vezes na semana.

Sempre procurei me alimentar o mais certinho possível. Hoje me permito comer algumas coisas que gosto de vez em quando. Mas tem certos alimentos que evito, pois sei que não me fazem bem, como os doces. Além do controle da alimentação, tenho mais responsabilidade.

Se em um dia como muito errado, vou treinar para queimar calorias e não deixar aquela energia se acumular no corpo como gordura

A cirurgia não é a resolução dos problemas. Se não seguir as recomendações, não tomar as vitaminas, fazer atividade física, você engorda novamente.

Ao todo, emagreci 63 kg. Um ano e meio depois do procedimento, só tenho o que comemorar. Mudei de vez meu estilo de vida e resolvi minhas questões de saúde: durmo bem, não sinto mais dores na coluna, minha pressão está regulada e não tenho mais risco de diabetes. Fora a autoestima que está altíssima. Não tenho mais vergonha em aparecer em foto, posso colocar as roupas que quiser e consigo, quem diria, correr por meia hora sem parar!

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