Droga comum no tratamento de quimioterapia pode ser tóxica para coração
Uma nova pesquisa sugere que a doxorrubicina, um fármaco amplamente usado na quimioterapia, pode causar toxicidade cardíaca, potencialmente levando à insuficiência cardíaca.
Apesar do uso difundido da droga, que impede que as células cancerígenas se espalhem, seus efeitos em como o metabolismo do corpo regula o comportamento das células imunes ainda eram desconhecidos. Por esse motivo, pesquisadores da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos, propuseram-se a investigar os efeitos da doxorrubicina em camundongos.
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Os cientistas trataram camundongos machos sem câncer, com 2 meses de idade, com uma dose alta ou baixa da medicação. Um grupo de ratos de controle também foi tratado com uma solução salina. Depois, os roedores foram sacrificados para que a equipe estudasse os efeitos da droga em seus órgãos e tecidos.
A análise, publicada na sexta-feira (3) no periódico American Journal of Physiology: Heart and Circulatory Physiology, mostrou que a doxorrubicina causou fibrose do coração --condição em que as paredes do órgão endurecem e não podem contrair tanto. Como resultado, os corações dos ratos não podiam bombear tanto sangue quanto deveriam.
A droga também induziu a morte celular programada e fez com que o coração e o baço diminuíssem. Os níveis de duas enzimas chaves para a resposta imune do corpo, a lipoxigenases e ciclooxigenases, também foram reduzidos.
Além disso, o medicamento matou um grupo de células imunes chamadas macrófagos CD169 +, que têm o papel de localizar e "comer" os patógenos.
Finalmente, a droga perturbou o equilíbrio de duas moléculas de sinalização celular: quimiocinas e citocinas. Como os autores explicam, isso sugere que os leucócitos no baço eram menos capazes de defender o organismo contra patógenos.
Segundo os pesquisadores, essas descobertas sugerem que a doxorrubicina tem um impacto no organismo que precisa ser mais estudado para minimizar os danos da droga no coração e no baço.
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