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De psicólogo a fono: tratamento de AVC depende de equipe multidisciplinar

Cada sequela deve receber total atenção - iStock
Cada sequela deve receber total atenção Imagem: iStock

Maria Júlia Marques

Do VivaBem, em Gramado*

04/08/2018 14h17

Quando uma pessoa sofre um AVC (Acidente Vascular Cerebral), o que acontece é que de alguma forma o fornecimento de sangue no cérebro é interrompido —seja por um vaso sanguíneo estourar ou ter placas de gordura ou coágulo— e a região cerebral que fica sem receber o sangue acaba sendo lesionada.

Não é possível saber quais serão as sequelas do paciente, tudo depende de onde o AVC ocorreu, com qual a intensidade. Por ter afetado a região do cérebro responsável pela memória, ou pelos movimentos, talvez pela parte cognitiva. Por isso, pacientes de AVC precisam de uma equipe multidisciplinar quando o assunto é tratamento.

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Cada sequela deve receber total atenção e ser trabalhada com profissionais adequados, para que haja a melhor recuperação e menor dano possível. O momento certo para buscar ajuda? Assim que o paciente puder. Quanto antes mais otimista é o quadro de melhora, mas é claro que é necessário esperar alta médica.

Veja quais especialidades podem ajudar nos cuidados de um paciente que sofreu AVC, além de neurologistas e fisiatras, responsáveis pelos atendimentos iniciais e retornos esporádicos para acompanhamento:

- Fisioterapeuta: Muitas pessoas têm sequelas motoras, espasticidade e precisa da ajuda para recuperar ou conseguir efetuar movimentos da forma adequada. "O fisiterapeuta trabalhana na recuperação funcional e os exercícios vão de acordo com a dificuldade do paciente. Temos que começar assim que o quadro ficar estável e o pico da melhora aparece em três meses, mas os benefícios podem ajudar durante anos", disse Simone Polleto, fisioterapeuta assistencial do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, durante XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, em Gramado (RS).

- Fonoaudióloga: O profissional pode ajudar a recuperar os controles de fala ou a afasia (distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação da pessoa), que são sequelas comuns após o AVC, onde a comunicação é muita vezes comprometida. Também podem ser feitos exercícios para ajudar na deglutição.

- Nutricionista: Quem sofre AVC está propenso a ter desnutrição e desidratação, por correr o risco de ficar com o nível de consciência alterado, disfunção cognitiva e prejuízo na memória, por isso o acompanhamento nutricional pode ser feito desde o início da internação. "A desnutrição aumenta o tempo de internação, aumenta o risco de mortalidade e aumenta o número de infecções, temos que tomar cuidado e garantir nutrientes ao paciente", afirmou Laura Boemeke, nutricionista clínica do Hospital Moinhos de Vento. O nutricionista também pode ver se o paciente não está com dificuldades de engolir decorrentes da lesão cerebral, e adaptar a alimentação para algo mais pastoso, por exemplo.

- Psicóloga: Neste caso tanto família quanto paciente podem trabalhar com psicólogos. Isso seria necessário para tentar ajudar a entender o quadro e as dificuldades de adaptação a uma nova realidade, uma vez que as sequelas do AVC podem dificultar tarefas cotidianas e aparentemente simples para uma pessoa saudável. "Temos que ouvir as necessidades do paciente, ajudá-lo a lidar com o contexto, e ficar de olho em sintomas comuns, como apatia, nervoso, depressão, perda de interesse nas atividades, distúrbios do sono, perda de energia, sentimento de inutilidade ou culpa", contou Silvana Harmatnn, psicóloga no Hospital Moinho dos Ventos.

*A jornalista viajou a convite da Ipsen

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