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Pesquisadores da UFMG desenvolvem espuma que retira agrotóxico de alimentos

A espuma conseguiu retirar os agrotóxicos sem prejudicar as propriedades nutricionais dos alimentos - iStock
A espuma conseguiu retirar os agrotóxicos sem prejudicar as propriedades nutricionais dos alimentos Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

03/08/2018 11h39

Em meio à polêmica dos agrotóxicos, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma espuma de poliuretano capaz de detectar e absorver os pesticidas da água dos alimentos.

O poliuretano é um tipo de matéria plástico, usado para criar esponjas, espumas isolantes térmicas e acústicas e solados de calçados, por exemplo. O produto desenvolvido pelos cientistas mineiros foi criado a partir de resíduos da indústria petroquímica e componentes naturais, como óleo de mamona. A mistura facilitou a interação de grupos químicos com os pesticidas, promovendo a identificação dos agrotóxicos.

A descoberta foi publicada no periódico científico Journal of Hazardous e promete diminuir o risco de problemas de saúde trazidos por substâncias químicas usadas no cultivo dos alimentos. 

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Durante o trabalho científico, os especialistas realizaram testes complementares que verificaram se a espuma não extraía os nutrientes dos alimentos e o resultado foi satisfatório: o composto conseguiu retirar os agrotóxicos sem prejudicar as propriedades nutricionais dos alimentos.

"A eficiência é em torno de 70% da espuma com resíduo, e como resíduo puro chega a 95% da remoção do pesticida", explicou Lena Braga, engenheira química e pesquisadora pós-doutoranda da UFMG, ao site do jornal O Tempo.

Em uma outra etapa da pesquisa, a equipe também testou a capacidade de regeneração da espuma. Eles conseguiram remover o contaminante e recuperar o produto, que resistiu a cinco ciclos de reutilização sem chegar a saturar.

Embora o trabalho apresente resultados positivos, os cientistas afirmam que a técnica ainda precisa ser aprimorada. No caso da alface, por exemplo, se a folha for colocada na água com a espuma, o pesticida não vai passar para o líquido. Os cientistas pretendem desenvolver um filme plástico a partir do material da espuma que, ao envolver o alimento, consiga retirar os pesticidas

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