Inverno provoca outras doenças além de gripe. Saiba quais e como tratá-las
Espirro, coriza, falta de ar e dor de cabeça. Estes são alguns dos sintomas mais frequentes da gripe e resfriado. E não só essas doenças que surgem nesta época do ano.
Com a queda de temperatura, os problemas respiratórios como rinite, sinusite, asma e até pneumonia tendem a aparecer.
“Os sintomas dessas doenças são facilmente confundidos com o de um resfriado, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento adequado, essencial para se evitar complicações, como infecções graves ou crises respiratórias” explica Alexandre Kawassaki, pneumologista do Hospital 9 de Julho.
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Geralmente, essas doenças ocorrem porque, quando está frio, as pessoas tendem a usar roupas guardadas por um longo período e a passar maior tempo em ambientes fechados, ficando mais expostas a ácaros e outros agentes que geram o problema.
Além disso, o tempo seco e gelado resseca as mucosas nasais, que têm como função inibir a entrada de poluição, poeira e micróbios no organismo. Abaixo, listamos as principais doenças de inverno e como tratá-las corretamente:
Gripe
É provocada pelos vírus Influenza, entre eles o H1N1, provoca sintomas mais intensos, como febre alta, calafrios, dor muscular, dor de cabeça, coriza e, algumas vezes, pode evoluir com complicações respiratórias. A duração é mais prolongada, podendo chegar a 7 dias, com melhora espontânea. Em alguns casos, pode ter como consequências infecções bacterianas, como pneumonia e sinusite.
Resfriado
É causado por vírus como adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. Em geral, provoca sintomas mais brandos, com coriza, tosse, congestão nasal, dor no corpo e dor de garganta leve. A febre, quando presente, costuma ser baixa. Normalmente, os sintomas duram até 3 dias e apresentam melhora espontânea.
Asma/bronquite
O nome correto da doença é asma, mas é mais conhecida como “bronquite”. Caracteriza-se pela inflamação dos brônquios, vias que conduzem o ar que é respirado até os alvéolos pulmonares (pequenas estruturas que fazem a troca gasosa entre o ar e sangue nos pulmões). No paciente com asma, os brônquios deixam de eliminar o muco pelas vias respiratórias e acumulam secreção, causando as inflamações e dificultando a passagem do ar. Pode ser tratada com corticoides orais ou inalatórios.
Pneumonia
Uma gripe mal curada pode evoluir para pneumonia. É a infecção que se instala nos pulmões. Pode ser causada por vários micro-organismos diferentes (bactérias, vírus, fungos) e provoca tosse, dor no tórax, mal-estar, falta de ar e, ainda, pode apresentar secreção amarela ou esverdeada. O tratamento, na maioria das vezes, é feito com antibiótico.
Rinite
Com a queda da umidade e o aumento da poluição do ar, as crises de rinite, inflamação da mucosa nasal, são mais comuns pela inalação de alérgenos (substâncias que causam alergia como a poeira e pelo de animais). Os sintomas podem ser vermelhidão nos olhos, coceira na região do nariz e garganta, por conta do ressecamento do ar, e espirros frequentes. O tratamento inicial deve ser com antialérgicos e, dependendo de cada caso, pode ser necessário corticoide local.
Sinusite
O problema pode ser uma consequência tanto da rinite alérgica como da não alérgica. Os principais achados são secreção nasal esverdeada, nariz entupido e dor de cabeça/face. Muitas vezes, só melhora após tratamento com antibiótico.
Bronquiolite
A doença é a infecção dos bronquíolos dos bebês causada por vírus, normalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). É mais comum até 3 anos de idade e costuma ser o primeiro episódio de chiado na infância. Provoca tosse, respiração ofegante, queda da saturação de oxigênio no sangue e é motivo comum de internação nessa faixa etária. Em geral, melhora espontaneamente, com medicamentos sintomáticos; em alguns casos, há necessidade de suporte respiratório com oxigênio.
Como amenizar os efeitos dessas doenças nesta época do ano
Maneire no uso do umidificador
Embora aumente a umidade do ar e ajuda a respirar melhor, o aparelho deve ser utilizado durante três a quatro horas por dia. Motivo: seu uso indiscriminado pode tornar o ambiente úmido demais, deixando o local perfeito para a proliferação de mofo, bolor e ácaros.
Lave os casacos antes de usar
Muda o clima, você veste aquele casaco que ficou meses no guarda-roupa e vai para a rua carregando um monte de ácaros e fungos. Isso é um grande erro. O ideal é lavar as peças e deixá-las secando ao sol antes de usá-las --e repetir o processo ao menos uma vez ao mês. Assim, acaba com os micro-organismos e sujeiras que provocam alergias.
Coloque capa no colchão e nos travesseiros
Os ácaros comem "restos" de pele que ficam sobre a roupa de cama. Quando você encapa o local onde dorme, esses bichinhos terríveis não conseguem penetrar no colchão e montar seu ninho. Além de usar capas, lave lençóis, fronhas e cobertas semanalmente e os deixe secando no sol, pois a alta temperatura mata esses micro-organismos.
Mantenha o ambiente ventilado
Eu sei que está batendo um vento frio lá fora. Mas abra portas e janelas ao menos uma vez ao dia para permitir a circulação do ar. Com isso, você manda embora inúmeros agentes que podem causar doenças respiratórias.
Tome bastante água
No frio, é comum ingerirmos menos líquidos. Isso pode fazer com que seu corpo fique desidratado e provocar o ressecamento das mucosas nasais, que defendem nosso organismo de agentes que causam alergia. Portanto, procure beber de 1,5 a 2 litros de água por dia.
Aposte no soro fisiológico
Use o produto de três a quatro vezes por dia para lavar o nariz. É uma boa saída para hidratar as mucosas e respirar melhor.
Deixe um balde com água ou panos úmidos no quarto
Essa é uma forma simples de aumentar a umidade do ar --o que facilita a respiração -- sem tornar o ambiente propício para a proliferação de fungos. Diferentemente do umidificador, o balde com água pode ficar o dia inteiro no cômodo.
Mantenha as vacinas em dia
A vacina da gripe deve ser aplicada anualmente e é gratuita para grupos de risco.
Fonte: Priscila Moraes, médica especialista em alergia e imunologia pela Faculdade de Medicina da USP; Pedro F. G. Bianchi Junior, alergista do Hospital das Clínicas e diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI); e Marcelo Vívolo Aun, alergologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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