Meditar ajudou garotos em caverna na Tailândia; veja benefícios da técnica
Após 18 dias de operações, os 13 tailandeses que estavam presos no complexo de cavernas de Tham Luang foram resgatados em segurança nesta terça-feira (10). Se o mundo todo ficou aflito só de ver as notícias e fotos dos 12 adolescentes e do treinador do time “Javalis Selvagens”, imagine a angústia que os sobreviventes sofreram.
Uma das alternativas adotadas para contornar a situação de crise e manter a calma foi a meditação. Imagens mostram os garotos em posição relacionada à prática dentro da caverna. A ideia pode ter sido do treinador, Ekapol Chanthawong, único adulto presente, que antes de trabalhar com futebol passou décadas como monge budista e medita todos os dias.
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Na situação dos jovens é comum que um turbilhão de pensamentos negativos venha à mente, o que obviamente gera ansiedade, e a meditação pode ajudar na luta contra essa angústia e na batalha a favor do foco e da calma.
“A ideia da meditação não é deixar de pensar, isso não é possível, mas com o método você ordena os pensamentos e não se apega aos que causam essas sensações ruins”, explica Mauricio Hondaku, monge brasileiro que segue a filosofia budista há 32 anos.
Estudos mostram que técnicas de meditação controlam o estresse de crianças, reduzindo a ansiedade e melhorando a atenção. Existe até uma pesquisa que diz especificamente que a ansiedade tem uma redução significativa até uma semana após a sessão de meditação com atenção plena.
Além disso, Hondaku afirma que a diminuição de ansiedade na caverna foi benéfica não só por evitar o pânico, mas também por reduzir as respostas metabólicas. “Com a ansiedade você consome mais oxigênio e nutrientes. No caso dos meninos pode ter sido importante meditar para respirar com maior tranquilidade, não gastar tanta energia --e assim aumentar a fome -- e não estressar tanto o organismo”, diz Hondaku.
Meditação exige conhecimento adequado
É importante saber que meditar não é só cruzar as pernas e fechar os olhos. “A meditação requer treino. Você precisa do apoio de alguém que sabe praticar, que pode ensinar as técnicas e lidar com as respostas adversas que meditar pela primeira vez pode causar”, diz Hondaku.
Ao meditar você entra em contato com muitos pensamentos e pode encontrar fatos difíceis de lidar dentro de si, o que pode gerar uma resposta contrária da esperada, aumentando o nervosismo e a ansiedade. Com um professor explicando as técnicas e acompanhando o processo, os riscos de uma má experiência diminuem.
No caso da caverna, foi ótimo que os jovens estavam acompanhados por um ex-monge. “Fora que existe uma diferença cultural. Na Tailândia é mais comum que as crianças tenham contato com a meditação. Já possuir um treino prévio pode ter garantido maior sucesso aos meninos”, acredita Hondaku.
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