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Câncer na mira: cápsula recheada de drogas é eficiente para tratar tumores

BBC
Imagem: BBC

Do VivaBem

10/07/2018 13h31

Apesar de a imunoterapia ganhar cada vez mais espaço entre as diversas linhas de pesquisa na luta contra o câncer, ainda há um longo caminho até os cientistas encontrarem drogas que sejam realmente efetivas em estimular o próprio sistema imune do corpo a combater a doença. Mas uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveu uma maneira de aumentar o efeito das células T contra tumores sólidos, evitando os efeitos colaterais.

Em um trabalho publicado no periódico Nature Biotechnology na segunda-feira (9), os cientistas relataram a eficácia de nanopartículas especializadas portadoras de drogas que estimulam o sistema imunológico capazes de se ligar a células T. "Ainda mais importante do que essa descoberta, conseguimos isso sem a toxicidade que vemos com a injeção sistêmica das drogas", diz Darrell Irvine, autor do estudo.

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A fim de aumentar o efeito de células T contra tumores sólidos, os pesquisadores já experimentaram injetar quantidades maiores de citocinas, que são substâncias estimulantes da resposta imune. No entanto, as citocinas podem ter efeitos prejudiciais, uma vez que são difíceis de controlar e podem ampliar a atividade de células especializadas que não necessitam desse estímulo.

Portanto, os pesquisadores do MIT decidiram criar uma nanopartícula para conter a droga de reforço imunológico que era capaz de se ligar apenas a certos tipos de células T e estimulá-las sem afetar a atividade de outras células.

As nanopartículas são feitas de um gel especializado que só se dissolve quando as células T estão em locais onde eles veem o tumor e os linfonodos que drenam o tumor. "A droga é liberada com mais eficiência nos locais onde você quer, e não em alguns tecidos saudáveis, onde pode causar problemas", explica Irvine.

Após testes em camundongos, os pesquisadores viram que sua abordagem experimental de imunoterapia destruiu os tumores cancerígenos em aproximadamente 60% dos roedores após múltiplas exposições a esse tratamento. Entregar o medicamento usando as nanopartículas especialmente projetadas também não resultou em efeitos colaterais prejudiciais.

Além disso, ao testar este método em células T humanas manipuladas para atingir tumores no cérebro, a equipe observou resultados promissores. Por esse motivo, Irvine pretende começar a conduzir testes clínicos para essa nova abordagem ainda neste ano.

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