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Cientistas descobrem novo tipo de depressão e se aproximam de droga eficaz

Os pesquisadores suspeitam que a proteína possa ser uma candidata promissora para uma nova geração de drogas antidepressivas  - iStock
Os pesquisadores suspeitam que a proteína possa ser uma candidata promissora para uma nova geração de drogas antidepressivas Imagem: iStock

Do VivaBem

02/07/2018 16h56

A resistência de uma parte da população diagnosticada com depressão aos antidepressivos levou um grupo de cientistas japoneses a procurarem outra explicação, diferente da tradicional ligação com os neurotransmissores, para a doença. Em um novo estudo com ratos, os neurocientistas Yumiko Saito e Yuki Kobayashi, da Universidade de Hiroshima, no Japão, podem ter encontrado uma resposta.

Publicada no periódico Neuroscience, a pesquisa descobriu um novo tipo de depressão. Os pesquisadores realizaram experimentos com dois grupos de camundongos: um com animais normais e o outro com ratos geneticamente modificados para expressar níveis mais altos de RGS8, uma proteína expressa no cérebro e que ajuda a controlar o receptor hormonal MCHR1, que está envolvido com o sono, o apetite e as respostas emocionais.

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Os camundongos foram submetidos a um teste de natação forçada, em que os animais são colocados em um tanque de água quente, e constantemente monitorados enquanto nadam por um tempo antes de ficarem imóveis ou desistirem, uma característica considerada semelhante à depressão.

Nos testes, os camundongos reforçados com RGS8 registraram tempos de imobilidade mais curtos —sugerindo que eles estavam nadando mais e, portanto, fossem menos deprimidos. Quando esses camundongos receberam uma droga antidepressiva, seu tempo de imobilidade foi ainda mais reduzido.

Quando os pesquisadores examinaram os cérebros dos animais sob o microscópio, descobriram que os camundongos estimulados por RGS8 demonstraram cílios neuronais mais longos (nos quais o MCHR1 está localizado) do que os camundongos comuns, em uma região do hipocampo chamada CA1.

Não é exatamente compreendido como essa variação no comprimento dos cílios está relacionada à depressão, mas os pesquisadores certamente não acham que seja um acidente. "Essas descobertas sugerem que o aumento do nível de proteína RGS8 na região CA1 é um possível fator causador do alongamento do MCHR1 ciliar", escreveu a equipe em seu artigo. "Assim, pode-se especular que uma mudança significativa no comprimento dos cílios pode estar associada às consequências comportamentais observadas no RGS8".

Os pesquisadores suspeitam que essa proteína possa ser uma candidata promissora para uma nova geração de drogas antidepressivas capazes de ajudar os pacientes resistentes aos medicamentos atuais.

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