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Bactérias "ruins" do intestino de obesos podem gerar ansiedade e depressão

Cientistas descobriram que sintomas depressivos de ratos obesos estavam associados à microbiota intestinal - iStock
Cientistas descobriram que sintomas depressivos de ratos obesos estavam associados à microbiota intestinal Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

18/06/2018 17h12

Diversas pesquisas já mostraram que o excesso de peso pode provocar um desequilíbrio na flora intestinal, aumentando o número de bactérias "ruins" que habitam o organismo. E um novo estudo realizado por cientistas do Joslin Diabetes Center (Estados Unidos) aponta que esses micróbios podem estar associados a um maior risco de pessoas obesas sofrerem ansiedade e depressão.

Ao analisarem ratos que ganharam peso com uma dieta rica em gordura, os pesquisadores descobriram que os animais mostraram significativamente mais sinais de ansiedade, depressão e comportamento obsessivo do que os camundongos em dietas padrão. No entanto, quando os roedores receberam antibióticos —para reduzir o número de bactérias ruins no organismo— seu comportamento voltou ao normal, mesmo com a dieta "gordurosa".

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Para confirmar se os sintomas depressivos estavam associados ao microbioma, os pesquisadores transferiram as bactérias intestinais dos camundongos obesos para ratos saudáveis, que também começaram a mostrar níveis aumentados de atividades associadas à ansiedade e ao comportamento obsessivo. No entanto, aqueles que receberam micróbios de camundongos com uma dieta rica em gorduras e antibióticos não tiveram esses sintomas.

"Como endocrinologistas, muitas vezes ouvimos pessoas dizerem que se sentem estranhas quando comem alimentos diferentes", observa Ronald Kahn, um dos autores do trabalho. "O que este estudo diz é que muitas coisas na sua dieta podem afetar a maneira como o cérebro funciona."


Mas o que exatamente os micróbios estavam fazendo?

A equipe de pesquisadores procurou pistas em duas áreas do cérebro, o hipotálamo (que ajuda a controlar o metabolismo do corpo inteiro) e o núcleo accumbens (que é importante no humor e no comportamento).

"Nós demonstramos que, assim como outros tecidos do corpo, essas áreas do cérebro tornam-se resistentes à insulina em ratos obesos", explica Kahn.

Agora, segundo os autores, o objetivo é encontrar drogas ou suplementos que possam ajudar a alcançar perfis metabólicos mais saudáveis no cérebro.

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