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Alergia a componente da carne vermelha aumenta riscos de doença do coração

Pesquisadores estimam que 1% da população sofre de alergia a esse alimento - iStock
Pesquisadores estimam que 1% da população sofre de alergia a esse alimento Imagem: iStock

Do VivaBem

15/06/2018 11h48

Embora os altos níveis de gordura saturada na carne vermelha possam contribuir com doenças cardíacas em pessoas em geral, uma nova descoberta sugere que uma parcela da população pode estar sob risco elevado de problemas cardiovasculares por um motivo diferente: um alérgeno alimentar.

O estudo, publicado na quinta (14) no periódico Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology, vinculou a sensibilidade a um alérgeno na carne vermelha ao acúmulo de placas nas artérias do coração. "A alergia a esse alimento pode ser um fator pouco reconhecido na doença cardíaca", diz a líder do estudo, Coleen McNamara.

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Os pesquisadores focaram na população norte-americana e estimam que 1% das pessoas sofre de alergia a esse alimento. Mas o número de pessoas que desenvolvem anticorpos para o alérgeno da carne vermelha sem ter sintomas completos é muito maior --até 20% da população em algumas áreas.

Somente nos últimos anos os cientistas identificaram o principal alérgeno na carne, chamado galactose-α-1,3-galactose, ou alfa-Gal, um tipo de açúcar complexo. Eles também descobriram que um carrapato, chamado de estrela solitária, sensibiliza as pessoas para este alérgeno quando as morde. É por isso que as alergias à carne vermelha tendem a ser mais comuns onde esses carrapatos são encontrados, como o sudeste dos Estados Unidos.

Carne grelhada, churrasco - iStock - iStock
O único tratamento para a alergia à carne vermelha, uma vez diagnosticada, é evitar estritamente o alimento
Imagem: iStock

Há algum tempo outros cientistas já suspeitavam que os alérgenos podem desencadear certas alterações imunológicas que podem estar associadas ao acúmulo de placas e bloqueios nas artérias, mas ninguém identificou uma substância específica responsável por esse efeito. No presente estudo, no entanto, os pesquisadores mostraram pela primeira vez que um marcador específico de sangue para alergia à carne vermelha estava associado a níveis mais elevados de placa arterial, ou depósitos de gordura no revestimento interno das artérias. O marcador sanguíneo identificado é um tipo de anticorpo (imunoglobulina ou IgE) específico para o alérgeno alfa-Gal.

Para identificar esse marcador sanguíneo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 118 adultos e detectaram anticorpos para alfa-Gal, indicando sensibilidade à carne vermelha em 26% deles. Usando um procedimento de imagem, os cientistas descobriram que a quantidade de placa era 30% maior nos pacientes sensibilizados com alfa-Gal do que nos pacientes não sensibilizados. Essas placas, que são uma característica da aterosclerose, também tendem a ser mais instáveis ??estruturalmente, o que significa que elas têm uma probabilidade aumentada de causar ataque cardíaco e derrame.

A evidência de uma ligação entre alérgenos da carne vermelha e doença arterial coronariana ainda é preliminar, observaram os pesquisadores, então eles planejam conduzir estudos detalhados em animais e humanos para confirmar suas descobertas iniciais. Atualmente, o único tratamento para a alergia à carne vermelha, uma vez diagnosticada, é evitar estritamente o alimento.

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