Rita parou de comer açúcar, perdeu 39 kg e mudou o corpo após os 40 anos
Após sofrer depressão, Rita Kroth, de 45 anos, engordou e chegou a quase 100 kg. O excesso de peso agravou o quadro de pré-diabetes que a jornalista tinha e até sua visão foi afetada. Veja o que ela fez para recuperar a boa forma
"Sou neta de diabéticos e meus pais têm problemas metabólicos. Por isso, mesmo magra, sempre fui resistente à insulina. Em 2009, devido a mudanças profissionais, comecei a sofrer depressão. Em poucos meses, perdi 8 kg e cheguei aos 46 kg. Porém, depois fui para o outro extremo e comecei a engordar sem parar.
Apelei para dietas restritivas, mas era difícil mantê-las por muito tempo, pois tenho verdadeira compulsão por doces --apesar de saber que deveria evitar esse tipo de alimento por conta do pré-diabetes.
Aos 38 anos, engravidei do meu primeiro filho. Tentei me controlar minimamente para não engordar ainda mais. Porém, aos três meses de gestação, minha mãe faleceu de morte súbita. O baque me derrubou: no oitavo mês estava com 96 kg e parei de me pesar. Apesar do ganho de peso, consegui controlar a glicemia com o uso de medicamentos e o acompanhamento do obstetra.
Após a gestação, mais uma vez investi em dietas malucas e tomei até shakes que substituem refeições. Consegui chegar aos 78 kg, mas era complicado me controlar. Comia chocolate escondida num cantinho da cozinha e até no banheiro. Pensava em tomar laxante ou vomitar, mas não tinha coragem, só ficava mesmo me sentindo culpada e tentando resistir à vontade da próxima vez que viesse.
Chorava de decepção e raiva de mim mesma por ter falhado, por não conseguir ter um corpo magro
Quando engravidei do meu segundo bebê voltei a pesar quase 100 kg. Um dia, enquanto preparava o café da manhã, percebi que estava enxergando tudo embaçado. Fiz exames e o oftalmo disse que minha córnea tinha sido afetada devido a um pico de glicemia, mudando de espessura e formato.
O médico alertou que esse quadro poderia ser revertido após o parto. Porém, como meu organismo já não era tão jovem, isso talvez não acontecesse. Por sorte, o problema melhorou e hoje só preciso usar lentes para corrigir miopia e astigmatismo.
Busquei o emagrecimento mais uma vez após a gravidez. Visitei muitos nutricionistas, além dos especialistas para cuidar da questão metabólica, da esteatose hepática (gordura no fígado) e da fibromialgia que descobri nessa fase.
Perdi bastante peso após o parto e enxuguei uns bons quilos ao longo dos meses com dietas restritivas, como a Dukan. Mas seguia infeliz com meu tamanho e os 85 cm de cintura que me impediam de realizar tarefas simples como varrer a casa e recolher o lixo! Era algo impossível porque não conseguia me abaixar.
Em outubro de 2016, meu pai, que vinha lutando há anos contra um câncer, morreu nos meus braços. A força dele me deu coragem para enfrentar a compulsão alimentar. Fiz um check-up e mergulhei no universo da alimentação, estudei como ela impactava o organismo e pode desencadear doenças. Li um vasto material sobre dieta low carb, cetogênica e jejum intermitente.
Visitei nutricionistas especializados, mas não via resultados significativos então e testar por conta própria o que me fazia sentir bem ou mal. Isso me fez ficar mais engajada em manter a disciplina e não escorregar nos excessos. Cortei açúcar e carboidratos refinados do cardápio e comecei a comer mais carne e alimentos naturais (verduras, legumes, raízes).
Travei uma disputa comigo mesma e decidi que não iria desistir de lutar por uma versão melhor de mim. Em quatro meses, consegui emagrecer cerca de 20 kg.
Sofri muito com a falta do açúcar nesse tempo. Tinha tremedeiras e até crise de ansiedade. A atividade física surgiu como uma forma de aliviar esse estresse. Comecei a gostar de treinar, pegava peso mesmo. Malhava cinco dias por semana, sem desculpa para faltar! Com treino e boa alimentação, consegui checar aos 60 kg e me manter nesse peso.
Entendi que exercícios são excelentes, mas é a alimentação regrada que faz a transformação real e sustentável do corpo
Hoje, mantenho a disciplina na dieta ao máximo, pois sei que não consigo ficar só no quadradinho de chocolate. Se comer o primeiro pedaço, quero devorar a barra toda! Mas meu cardápio não tem neuroses e tantas regras. Faço questão de comer arroz branco, por exemplo, pois me lembra minha mãe. Também procuro receitas saudáveis para driblar a vontade de doces.
Perdi o medo da gordura natural dos alimentos e me sinto muito mais disposta e feliz. Deixei para trás o período sombrio da depressão e me abri para coisas positivas. Ganhei músculos como resultado de me cuidar, de me reencontrar e entender o que meu corpo dizia. Tenho certeza que chegarei aos 50 anos muito melhor e mais forte do que fui aos 20.
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