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Pacientes com coração batendo fora do ritmo nunca podem parar o tratamento

Pessoas com a condição resolvida continuam com alto risco de derrame e devem se tratar - iStock
Pessoas com a condição resolvida continuam com alto risco de derrame e devem se tratar Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

14/05/2018 20h06

Algumas pessoas têm uma doença em que o coração não bate no ritmo certo, ela é chamada de fibrilação atrial. É como se o coração fosse um péssimo dançarino e estivesse dançando funk enquanto toca música clássica, entende?

O compasso irregular faz com que o órgão bombeie um fluxo anormal de sangue, propiciando a formação de coágulos. Os coágulos podem se desprender do coração e é aí que mora o perigo: eles costumam ir para o cérebro, causando um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

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A fibrilação atrial é uma doença comum, responsável por 33% de todas as internações por arritmia, segundo dados do hospital Albert Einstein. E os casos de AVC ligados à condição costumam ser graves.

Acontece que, às vezes, a arritmia pode desaparecer e o coração volta ao seu ritmo normal, a condição pode então ser considerada “resolvida” e o paciente abandona seus remédios por acreditar que está tudo certo. Mas não é bem assim.

Um novo estudo, realizado pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriu que as pessoas “curadas” da fibrilação continuam com alto riso de acidente vascular cerebral e devem continuar com o tratamento mesmo se o coração voltou a bater normalmente.

"A fibrilação atrial pode estar presente em um dia e ausente no próximo, então dar alta a alguém pode ser um erro. A doença pode voltar. Muitas pessoas não sabem quando têm essa condição e ela pode voltar sem eles ou seu médico percebendo, assintomática,” afirmou Tom Marshall, professor que participou da pesquisa.

Para chegar nesta conclusão, os cientistas acompanham 640 pacientes e comparam as frequências de AVCs. Os voluntários estavam em três grupos: aqueles com fibrilação atrial, pessoas saudáveis, e pacientes que tinham recebido diagnóstico de que a arritmia tinha acabado.

Comparando os dados, foi possível notar que “os derrames eram menos comuns em pessoas que nunca tiveram fibrilação atrial, e muito mais comuns em pessoas cujos registros disseram que sua fibrilação já tinha sido curada”.

Os números mostram que a taxa de derrame era quase igual entre pessoas cuja fibrilação atrial tinha se resolvido e aqueles com a doença em curso.

As pessoas com fibrilação atrial resolvida continuam com alto risco de derrame, o paciente não pode ser considerado curado e abandonar as medicações.

"Nós mostramos que eles ainda estão em alto risco de acidente vascular cerebral e ainda devem ser tratados. Nós nunca podemos considerar com segurança fibrilação atrial para ter resolvido," conclui Marshall.

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