Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Ressonância magnética pode evitar biópsia em casos de câncer de próstata

A ressonância magnética pode reduzir o número de biópsias de próstata invasivas em até 28% - iStock
A ressonância magnética pode reduzir o número de biópsias de próstata invasivas em até 28% Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

09/05/2018 11h40

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), e a estimativa é que mais de 68 mil casos sejam diagnosticados em 2018. Além disso, em valores absolutos e considerando ambos os sexos, o câncer de próstata é o quarto tipo mais comum. Por isso, novidades sobre diagnóstico e tratamento animam pacientes e médicos.

Um novo estudo, publicado no jornal científico New England Journal of Medcine, mostrou que a ressonância magnética pode reduzir o número de biópsias de próstata invasivas em até 28%.

Veja também:

Atualmente, o mais comum é que os homens se submetam ao exame de toque e de sangue (que busca por aumento da proteína PSA, o que pode indicar câncer). Quando os resultados destes procedimentos parecem positivos, é preciso fazer uma biópsia da próstata para confirmar o diagnóstico.

Os homens costumam ter receio de fazer a biópsia, procedimento onde um aparelho é introduzido no ânus e guia uma agulha até a próstata, para recolher pedaços de tecido e analisar em laboratório. A biópsia não machuca, é feita com anestesia local ou sedação leve, mas pode causar desconforto.

Visando diminuir a necessidade do procedimento invasivo, os pesquisadores apostaram na ressonância magnética como um processo de diagnóstico para câncer de próstata.

Os cientistas acompanharam dois grupos de homens que apresentaram algum indício suspeito em exames anteriores. O primeiro fez a biópsia padrão da próstata e o segundo passou pela ressonância magnética.

O resultado mostrou que 28% dos homens que fizeram o exame de imagem evitaram a realização de uma biópsia. Daqueles que precisaram de uma biópsia, os pesquisadores detectaram câncer em 38%. Em comparação, apenas 26% dos homens que receberam a biópsia padrão realmente tinham câncer.

“Na etapa diagnóstica, a tendência é que a ressonância ganhe cada vez mais espaço para a orientação de biópsias, que são feitas de forma aleatória geralmente”, explica Ricardo Vezzani, radiologista do Richet Medicina & Diagnóstico. Desta forma, o número de procedimentos de biopsia poderá ser reduzido, evitando que homens passem pelo procedimento desnecessariamente. 

ressonância Magnética - iStock - iStock
Descoberta pode diminuir número de procedimentos invasivos desnecessários
Imagem: iStock

Também há otimismo sobre o tratamento

Os tratamentos para quem é diagnosticado com o câncer de próstata podem incluir radioterapia, terapia hormonal ou quimioterapia. Mas há um risco de que tumores recorrentes se tornem indiferentes à terapia.

Uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA, identificou os fatores que tornam alguns cânceres de próstata tão resilientes e encontraram uma droga experimental que pode neutralizar a defesa e eliminar o tumor.

Os cientistas aprenderam que as células cancerígenas em geral se tornam 'dependentes' da síntese proteica para alimentar a necessidade de crescimento em alta velocidade, mas essa dependência também é uma desvantagem: muita síntese de proteína pode se tornar tóxica e queimar o tumor.

No entanto, ao contrário das expectativas, isso não desencadeia a morte celular em tumores de câncer de próstata. Sem compreender o fato, os cientistas se perguntaram como esses cânceres se protegem e como é possível interromper esse mecanismo de defesa.

"Passei seis meses tentando entender se isso estava realmente ocorrendo, porque não é nada do que esperávamos", confessa a coautora do estudo, Crystal Conn. Sua descoberta foi publicada na revista científica Science Translational Medicine.

Os pesquisadores trabalharam com camundongos geneticamente modificados para desenvolver câncer de próstata --especificamente, tumores que apresentam um par de mutações genéticas encontradas em quase metade de todos os indivíduos com câncer de próstata resistente ao tratamento.

O que os cientistas descobriram é que as mutações deste câncer ativam uma “resposta proteica desdobrada”, permitindo que células cancerígenas se tornem resistentes ao estresse celular, o que acaba as matando em outros tipos de câncer.

Com essa informação, testaram o bloqueio das mutações, para ver se assim as respostas das células cancerosas ao estresse celular as tornariam vulneráveis à morte celular. E funcionou! Em testes com ratos, foi possível notar que os tumores diminuíram drasticamente e as células saudáveis não foram afetadas. 

VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook • Instagram • YouTube