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Melatonina pode não ser tão útil quanto se pensava para o relógio biológico

Mudanças em nosso relógio interno acontecem mesmo com a supressão do hormônio - iStock
Mudanças em nosso relógio interno acontecem mesmo com a supressão do hormônio Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

30/04/2018 16h38

Apelidada de hormônio do sono, a melatonina é uma substância produzida por nosso cérebro conforme o dia escurece, para que o organismo "entenda" que é hora de dormir. Por isso, cientistas afirmam que a grande exposição à luz artificial durante a noite --seja de uma lâmpada, seja da tela do seu celular -- inibe a liberação de melatonina, o que interfere no relógio biológico e pode atrapalhar seu sono. 

Porém, em um novo estudo, publicado no The Journal of Physiology, pesquisadores descobriram que ocorrem mudanças em nosso relógio interno independentemente da presença de melatonina. Isso coloca em dúvida o uso do hormônio como uma ferramenta para redefinição da fase circadiana. 

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A descoberta é importante para auxiliar aqueles que têm um sono de má qualidade, como os trabalhadores por turnos, além de ajudar a melhorar os tratamentos para a depressão. A ideia dos especialistas era explorar a ligação entre a produção de melatonina e o processo fisiológico que faz com que o corpo fique sincronizado com estímulos de tempo externos (ou seja, dia e noite) --chamado de redefinição de fase circadiana. 

Para isso, fizeram um estudo de observação com voluntários, que ficaram de nove a dez dias internados em um hospital de Boston (EUA), sob condições laboratoriais altamente controladas, incluindo seus horários de sono/vigília, atividade e luz/escuridão. Esses participantes receberam exposição contínua ou intermitente à luz durante a noite.

No geral, os dados sugerem que o nível de melatonina e a definição das fases do relógio biológico --se é hora de dormir ou acordar, por exemplo -- são às vezes correlacionadas, mas reguladas por processos neurofisiológicos separados. Portanto, os cientistas acreditam que o hormônio talvez não seja melhor "medidor" das mudanças no ritmo circadiano.

Essa é uma consideração importante para o desenvolvimento de terapias para pessoas que têm sono de má qualidade ou alterações no relógio biológico, como trabalhadores noturnos, mas são necessários outros estudos para otimizar esses tratamentos.

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