Não é só físico: AVC também provoca efeitos psicológicos
Um acidente vascular cerebral (AVC) não causa apenas efeitos físicos em longo prazo, como paralisias, fraquezas, problemas de visão e memória e dificuldade com a fala. De acordo com um estudo publicado no periódico Neurology na quarta-feira (28), o derrame também tem consequências psicológicas nos indivíduos. Segundo os cientistas, pessoas que sofreram um AVC costumam ter ansiedade, fadiga mental e problemas com habilidades cognitivas.
A autora do estudo, Irene L. Katzan, da Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos, investigou mais de 1.000 pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral. As pessoas foram questionadas sobre seu funcionamento físico e outros fatores psicológicos, como ansiedade, problemas de sono, fadiga mental, habilidades cognitivas (como planejamento e organização), quanto a dor afeta sua vida e quão felizes elas são. Os questionários foram concluídos, em média, 100 dias após o derrame, e cerca de 25% dos participantes precisaram de ajuda para concluir essa tarefa.
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Com exceção da depressão e do sono, os indivíduos com AVC tiveram escores significativamente mais baixos do que a população geral em todos os outros domínios. Mais da metade dos pesquisados com acidente vascular cerebral classificaram sua satisfação com papéis sociais e atividades sociais marcadamente piores.
Descobertas colocam foco em áreas que não eram observadas pelos médicos
"Depois de um derrame, as pessoas que têm apenas uma deficiência leve muitas vezes podem ter problemas 'ocultos' que podem realmente afetar sua qualidade de vida. E, para pessoas com mais incapacidades, o que mais as incomoda? Problemas com o sono? Depressão? Fadiga?", diz Katzan. Segundo ela, não são muitos os estudos que perguntam às pessoas como elas se sentem em relação a esses problemas, "e nós, médicos, muitas vezes nos concentramos apenas em incapacidade física ou se eles terão outro derrame".
Os cientistas esperam que essas descobertas possam ser úteis para projetar cuidados de longo prazo para pessoas que sofreram derrame. "Os pacientes podem se beneficiar de programas de apoio social, e estudos anteriores mostraram um benefício dos esforços para melhorar a participação social de pessoas com AVC, especialmente programas de exercícios."
Estudo teve limitações
Os autores mencionaram algumas limitações em seu estudo. Por exemplo, a idade média dos participantes era de 62 anos —sete a menos do que a idade média de quando um derrame normalmente ocorre. Além disso, os pesquisados tenderam a ter derrames mais leves do que a média da população.
Havia também algumas áreas que foram perdidas do estudo. Por exemplo, a comunicação —que é conhecida por ser uma preocupação para muitas pessoas após um derrame— não foi coberta. Entretanto, os pesquisadores esperam que esses resultados possam ajudar a informar futuras terapias e programas de reabilitação para indivíduos com AVC, com um foco particular no apoio social.
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