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Molécula que estimula queima de energia pode ajudar luta contra a obesidade

Obeso/ Obesidade - iStock
Obeso/ Obesidade Imagem: iStock

Do VivaBem, de São Paulo

16/03/2018 19h23

Apesar da maioria das células de gordura no corpo humano armazenarem energia, também possuímos um pequeno subconjunto (a gordura marrom) que faz o oposto: queima combustível e gera calor.

Agora, pesquisadores do Salk entenderam como a molécula ERRγ confere a essa gordura "mais saudável" o poder de gastar energia, tornando essas células capazes de aquecer o corpo quando você entra no frio. A descoberta pode se transformar em um medicamento que ajuda na perda de peso.

"[O achado] não só avança a nossa compreensão de como respondemos ao frio, mas pode levar a novas maneiras de controlar a quantidade de gordura marrom no corpo, que tem vínculos com obesidade, diabetes e doenças hepáticas gordurosas", explicou o autor principal Ronald Evans ao Science Daily.

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Até cerca de uma década atrás, os cientistas pensavam que apenas os bebês --que ainda não conseguem tremer para se aquecer -- tinham gordura marrom em seus corpos. Mas estudos já demonstraram que os adultos também têm, embora em níveis muito mais baixos, especialmente as pessoas com menor índice de massa corporal (IMC). Essas células estão cheias de mitocôndrias geradoras de energia, que justamente dão o tom marrom.

No novo trabalho, o grupo de Evans concentrou-se na gama de receptores relacionados ao estrogênio (ERRγ), um gene que é ativo em níveis elevados em células de gordura marrom. A equipe descobriu que as células de gordura marrom expressam o gene ERRγ o tempo todo (não apenas em resposta ao frio) e que as células brancas de gordura não expressam o gene.

Estudando ratos que não possuem o gene ERRγ (e, portanto, incapazes de criar a molécula ERRy), a equipe observou que todas as células de gordura marrom se assemelhavam a células brancas nesses ratos. Além disso, os animais não conseguiram manter a temperatura corporal quando expostos a temperaturas frias.

Enquanto 80% dos ratos normais são capazes de lidar com uma queda de temperatura, todos os roedores que não possuíam ERRγ não toleraram o frio. No entanto, não houve diferença no metabolismo ou peso dos camundongos. Juntas, as experiências revelam que a ERRγ é fundamental para ajudar a gordura marrom a manter sua identidade e sua capacidade de responder ao frio.

"Descobrimos os fatores que estão envolvidos na proteção contra o frio e sustentam a identidade de gordura marrom", explicou Michael Downes, cientista sênior da Salk e co-autor do artigo.

O grupo está planejando estudos futuros que analisem o efeito da ativação de ERRγ em células brancas de gordura -- o que eles suspeitam que poderia fazer um pouco de gordura branca semelhante à gordura marrom, potencialmente ajudando a tratar obesidade e diabetes. Eles também querem checar se o papel da ERRγ na gordura marrom dos humanos é o mesmo observado em ratos.

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