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Imunoterapia personalizada pode tratar câncer de ovário

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

16/03/2018 19h36

Um estudo da Ludwig Cancer Research mostra que o câncer de ovário, que se mostrou resistente às imunoterapias disponíveis, pode ser tratado graças a uma imunoterapia personalizada.

Segundo o estudo, publicado na Nature  Communications, os tumores do ovário possuem células T reativas, que matam células cancerosas. Os pesquisadores encontraram uma forma de como identificá-las e cultivá-las seletivamente para serem usadas no tratamento da doença.

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As células de câncer que apresentam um número relativamente grande de mutações em seu DNA expressam proteínas neoantígenas que revelam o câncer ao sistema imunológico. As células T reativas reconhecem fragmentos desses antígenos, conhecidos como neoepítopos. Mas os neoepítopos variam de paciente para paciente, mesmo com o mesmo tipo de câncer. E isso dificulta o desenvolvimento de novas terapias eficazes que visam os antígenos do câncer.

Para contornar esse problema, os pesquisadores desenvolveram um método para extrair células T de pacientes, selecionar e expandir as que identificam o câncer e reinfundir no paciente. Essas abordagens geralmente dependem de células T extraídas da corrente sanguínea e não das que já estão dentro do tumor, chamadas TIL.

As terapias experimentais que utilizam células T retiradas da corrente sanguínea não funcionaram muito bem contra os tumores. Além disso, quando os TIL foram usados para tais propósitos, a proporção de células T reativas --aquelas que reconhecem mutações em células cancerosas -- tende a diminuir significativamente quando as células são expandidas em cultura.

"Para contornar esses problemas, desenvolvemos uma nova metodologia para identificar TIL altamente reativos e ampliá-los de forma que, em vez de diluir os TIL, os enriqueça. Isso nos permitiu comparar a atividade de TIL que visam os neoepítopos com seus homólogos na corrente sanguínea periférica", afirma Alexandre Harari, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores mostram que as células T reativas isoladas de tumores ovarianos com esse método são muito melhores, tanto em reconhecimento de neoepítopos quanto em isolados do sangue.

"Poderíamos comparar as células T dos dois compartimentos visando exatamente a mesma mutação e mostrar que os TIL eram mais funcionais do que as células T que coletamos da corrente sanguínea periférica", afirma Harari.

Notavelmente, os pesquisadores descobriram que, usando seus métodos, TIL altamente reativos poderiam ser obtidos de cerca de 90% dos pacientes com câncer de ovário cujas amostras de tumor foram examinadas.

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